Não tenho dúvidas quanto ao poder da palavra em nossa vida. Elas naturalmente geram pensamentos, sentimentos, ações e resultados. Quais são os resultados de sua vida pessoal? Quais são os nossos resultados enquanto instituição? O que você está fazendo para romper com o “status quo”?

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É impressionante, aqueles que mais necessitam das mudanças em nosso meio, são os que mais estão tendo atitudes que mantém o “status quo”. As palavras são as mesmas, os pensamentos os mesmos, as ações as mesmas e os resultados cada vez piores. É impressionante que a maioria não consegue perceber isso! Quer mudar os resultados? Mude a mentalidade!

Em nosso meio estamos acostumados a lidar com a liderança transacional, ou seja, aquela motivada pela troca de favores ou promessas fáceis e palavras doces. Precisamos aprender a lidar com a liderança transformacional, aquela que nos confronta, que motiva a transformação da realidade a nossa volta, o seja, o rompimento do “status quo”.

Em qualquer tratamento em que lidamos com o rompimento de práticas que não são boas para o paciente a fase mais difícil é o reconhecimento do “vício” ou da “necessidade do tratamento”. Uma corporação, por meio de seus membros, reconhecer que é “arbitrária”, “violenta” ou que simplesmente comete “excessos” é algo traumático. Ninguém quer ser visto como “vilões”, todos desejam ser vistos como “heróis”. Sendo assim, a primeira fase é a negação.

Os últimos acontecimentos disparou uma luta entre “policiais” e “manifestantes”, normalmente “rotulados” de marginais. Uma tentativa de fortalecer a dualidade: bem x mal.

A frase proferida por uma autoridade policial, comentada amplamente em todos os jornais, pode demonstrar a relação de poder existente na Corporação. Quantos de nós nunca ouvimos as expressões: “RQQ” – Regulamento que eu quero, “SV” – Se vira, “Missão a Garcia”, ou simplesmente, “eu fiz isso porque eu quis”? Quantos sofreram na pele a impunidade dos escalões superiores? Independentemente de ser praça ou oficial.

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Tais questões tornaram-se comuns em nosso meio, portanto legitimas para nós. Afinal, vivemos em uma estrutura hierarquizada e submissa. Em tais corporações as relações de poder já não são mais tão explícitas como eram antes, hoje são de maneira velada, visualizada apenas pela ausência de conflito em algumas situações onde ocorre apenas a dominação por parte do “superior hierárquico” ou quando “policiais rebeldes”, também chamados de “vândalos/indisciplinados” confrontam o sistema vigente.

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Entre o policial e o cidadão, seja ele manifestante ou “baderneiro”, não existe hierarquia. Por isso, a estranheza com a simples expressão “porque eu quis”.

Ontem conversando com um amigo oficial ele disse: “devemos ser corporativista, mas na administração pública não existe porque eu quis.” Fiquei feliz ao ver que nosso “corporativismo” não é um “corporativismo” burro. Defendemos em público, mas corrigimos no particular, assim como os pais fazem com os filhos. A população precisa saber disso!

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