Após mais uma queda da Selic, bancos reduzem taxas de juros

Caixa reduz taxas cobradas no crédito imobiliário após decisão do Banco Central de cortar a Selic para 4,5% ao ano. Outras instituições, como o Banco do Brasil e o Itaú, seguem o mesmo movimento e diminuem encargos de diversas linhas de crédito

Para analistas, financiamentos mais acessíveis facilitam compra de imóveis, mas é preciso ter cuidado com dívidas

A decisão do Banco Central de cortar a Selic para 4,5% levou muitos bancos a reduzir as taxas de juros de empréstimos e financiamentos. O movimento puxado pelo Banco do Brasil, foi seguido pela Caixa Econômica Federal (CEF) e, nas próximas semanas, o Itaú Unibanco vai acompanhar o movimento. O BB havia anunciado reduções em algumas linhas de crédito na quarta-feira. Nesta quinta-feira (12/12), foi a vez da CEF divulgar o corte, desta vez no cheque especial e no crédito imobiliário. Segundo o presidente da instituição, Pedro Guimarães, a intenção é atrair mais clientes e reduzir a inadimplência.
As novas taxas do crédito imobiliário da Caixa estarão disponíveis na próxima segunda-feira. Com a redução de 0,25 ponto percentual, a taxa mínima para a compra da casa própria corresponderá à variação da Taxa Referencial (TR), que atualmente está zerada, mais 6,5% ao ano.
Segundo o vice-presidente de Habitação da Caixa, Jair Mahl, as novas taxas estarão disponíveis somente para os novos contratos. Guimarães, no entanto, disse que possíveis renegociações dos contratos antigos estão sendo avaliadas. “Se você tem direito pelo seu perfil e relacionamento com o banco, poderá ter uma redução (da taxa) maior. Mas ainda estamos em conversa sobre isso.”
A CEF reduziu ainda para 4,95% a taxa do cheque especial para quem tem conta salário no banco. Dos demais correntistas, serão cobrados 8% ao mês. As novas taxas passam a valer em 2 de janeiro.
Ricardo Rocha, educador financeiro do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), disse que o momento é bom para quem pretender fazer o financiamento da casa própria. Ele criticou, porém, a estratégia da Caixa. “Pode ser uma política para angariar clientes com maior renda, mas não sei se é muito efetiva.
Já o educador financeiro Jônatas Bueno alerta que, mesmo com os financiamentos mais acessíveis, é preciso ter cuidado com o endividamento. “Quando falamos de financiamento imobiliário, estamos falando de contas que se arrastam por anos. Isso tem um impacto grande e compromete o orçamento.”
Bueno observa, no entanto, que esse é um ótimo período para a renegociação de dívidas. “Financiamentos que foram feitos com taxa de juros de 2% e 3% hoje já podem ser renegociados na faixa de 1%. É um bom momento para quitar as dívidas antigas”, disse.

Confira as novas taxas

Caixa Econômica Federal
Crédito imobiliário: TR + 6,5 ao ano (a partir de 16/12/19)
Cheque especial (conta-salário): 4,5% ao mês (a partir de 2/1/20)
Cheque especial (sem relacionamento): 8% ao mês (a partir de 2/1/20)
Banco do Brasil (vigência em 16/12/19)
Crédito Automático e Renovação: A partir de 2,87% ao mês
BB Crediário: A partir de 3,11% ao mês
Crédito Salário: A partir de 2,69% ao mês
Crédito Imóvel Próprio: De 1,30% a 1,68% ao mês
Informações do Jornal Correio Braziliense