Com esportes coletivos liberados em quadras autorizadas e pontos turísticos liberados com restrições, a prefeitura do Rio de Janeiro começa a quarta etapa de reabertura econômica a partir desta sexta-feira (17), após quarentena adotada em março para desacelerar a disseminação do novo coronavírus. Aulas presenciais continuam suspensas.

Nesta quarta fase do planejamento da prefeitura para a reabertura, adotada depois de reunião do conselho científico que assessora a prefeitura sobre o tema, as universidades terão as atividades práticas da área dos cursos de saúde abertas novamente. Com a medida, serão retomados programas de residência e internato. Já creches e escolas municipais e particulares seguem fechadas, sem previsão de retorno.

Em entrevista coletiva, o prefeito Marcelo Crivella disse que os refeitórios de escolas municipais, especialmente, as de áreas mais carentes, podem voltar a funcionar para oferecer alimentação aos alunos, além da distribuição de cestas básicas e dos cartões alimentação. A presença dos alunos será escalonada para evitar aglomeração. 

Crivella afirmou que 6 mil merendeiras estão sendo testadas para a covid-19. A intenção é voltar com segurança o Programa Sábado Carioca, que levava cerca de 20 mil crianças às escolas para tomar café da manhã, almoçar e jantar. “Essas crianças são hoje a nossa maior preocupação”, disse, observando que as cestas e os cartões distribuídos estão atendendo também ao restante da família, uma vez que muitos pais estão desempregados.

Praias

Ainda na nova fase, permanece a proibição das praias como áreas de lazer, o que significa que não se pode tomar banho de mar nem permanecer tomando sol nas areias. O chamado altinho, praticado por mais de dois jogadores na beira-mar com o objetivo de manter a bola no ar, não volta ainda, como também o frescobol. Mas passa a ser permitido, de segunda a sexta, o uso das quadras de praia autorizadas, para jogos como os de futevôlei e de vôlei. 

O superintendente de Inovação, Pesquisa e Educação na Subsecretaria de Vigilância Sanitária da prefeitura, Flávio Graça, disse que a limitação dos dias permitidos é para evitar aglomerações, o que levou a prefeitura a continuar também vedando as outras práticas. Serão liberados ainda os estacionamentos na orla das praias.

O prefeito Marcelo Crivella ressaltou que, se houver abusos, a prefeitura não terá dúvida em recuar nas medidas. “Essas coisas são possíveis e nós retrocederemos se isso ocorrer, mas lembrando que é só de segunda a sexta-feira que essas atividades, beach tênis, do futevôlei, daquele joguinho de futebol está autorizado, final de semana, não”, pontuou.

Pontos turísticos

A visitação a alguns pontos turísticos, como o Pão de Açucar e o Cristo Redentor, será permitida, desde que seja respeitado o limite de um terço da capacidade do local e todos têm que seguir as regras de ouro, como higienização, disposição de álcool em gel e o uso de máscaras.

Comércio

Os shoppings vão poder ampliar a frequência de um terço da lotação para dois terços, também mantendo as regras de ouro. A medida inclui os estacionamentos desses centros comerciais.

Aos sábados, as lojas do comércio de rua poderão abrir a partir das 9h, mas durante a semana foi mantido o horário das 11h. A diferença é para não impactar na demanda por transporte público e nem na quantidade de pessoas em circulação.

Aglomeração

Foram identificados quatro micropolos que têm registrado aglomerações em bares, lanchonetes e restaurantes e que passarão por fechamento parcial. Serão as ruas Olegário Maciel, na Barra da Tijuca; Dias Ferreira, no Leblon; Nélson Mandela, em Botafogo e na Praça Varnhagen, na Tijuca. Esses locais foram escolhidos por terem registrado maior número de pessoas desrespeitando as medidas de isolamento e igonrando a regra do uso de máscaras nos últimos sete dias.

A subsecretária de Vigilância Sanitária do Rio de Janeiro, Márcia Rolim, disse em coletiva à imprensa que as inspeções não apenas da Vigilância Sanitária, como as de Ordem Pública e de fiscalização, notaram aglomerações nas calçadas, de pessoas que compram as bebidas e permanecem em frente aos estabelecimentos. A ideia é controlar o acesso a esses locais. “Esse controle é parcial. A gente não pode bloquear totalmente como foi feito nos calçadões de Campo Grande e Realengo. Vamos fechar parcialmente.Isso facilita a fiscalização porque não fica com impasse com o comércio o tempo inteiro e facilita também para os moradores, que também estão tendo problemas com as aglomerações ”, disse.