O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou hoje (9) que 70 dos mais de 100 parques municipais serão reabertos a partir da próxima segunda-feira (13). Haverá, no entanto, limitação de público e de horário de funcionamento.

Os parques do Carmo (zona leste) e Ibirapuera (zona sul) vão funcionar entre as 6h e as 16h, os demais das 10h às 16h. Será permitido um índice de ocupação de apenas 40%, e o uso de máscaras será obrigatório. Parques infantis, quadras de esporte e bebedouros continuam sem funcionar.

O decreto detalhando as regras de funcionamento deve ser publicado amanhã (10) no Diário Oficial. Na sexta-feira também deve ser assinado o protocolo entre a prefeitura e os representantes das academias de ginástica e o setor de audiovisual para que possam voltar a desenvolver as atividades na cidade.

Doença na cidade

Os anúncios foram feitos durante a apresentação dos dados da prevalência de covid-19 na cidade. Segundo o balanço da prefeitura a partir da aplicação de 580 mil testes para identificação de novo coronavírus no município, a estimativa é que cerca de 1,2 milhão de pessoas já foram contaminadas..

Em comparação com o levantamento divulgado em 20 de junho, o número de infectados teve um ligeiro crescimento, de 9,5% da população para 9,8%. “A gente mantém estável a prevalência na cidade, mesmo no momento de abertura”, enfatizou o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido.

Desigualdade

O estudo da prefeitura mostra que a doença tem atingido mais pessoas em regiões periféricas e com menor renda. A classe social mais atingida foi a E, com um 15,1% das pessoas desse estrato social contaminadas. Na classe B, a menos atingida, o percentual é de 2,2% e na A, de 5,7%. Nas classes C e D, a prevalência ficou em 9% e 11,5%, respectivamente.

Os negros também são proporcionalmente mais atingidos. Apesar de representarem aproximadamente 36% da população, segundo dados do último censo, são metade dos infectados na cidade.

Entre os que não tem estudo, 17,7% já tiveram covid-19, percentual que cai para 6,5% entre aqueles com nível superior. “O vírus jogou luz na desigualdade social da cidade de São Paulo. É inaceitável que seja três vezes mais perigoso na classe E do que na classe A”, destacou o prefeito Bruno Covas, durante a apresentação.

Os distritos com maior incidência de novo coronavírus são: Brasilândia (zona norte) , Cachoeirinha (zona norte), Jaçanã (zona norte), Liberdade (centro), Santa Cecília (centro), Cidade Ademar (zona sul), Jardim São Luís (zona sul), Campo Limpo (zona sul), Capão Redondo (zona sul), Parque São Lucas (zona leste), Sapopemba (zona leste), Itaim Paulista (zona leste), Itaquera (zona leste) e Lajeado (zona leste).

A prefeitura pretende agora ampliar o número de testes aplicados e chegar perto dos 400 mil por mês.