No verdadeiro campo de batalha contra o inimigo em comum, 20 militares da ativa que atuavam na linha de frente do combate ao novo coronavírus perderam a vida. Nos três meses de ações realizadas pelas Forças Armadas durante a nomeada Operação Covid-19, foram sete mil infectados e 1.544 ainda estão em recuperação. Na divulgação do balanço das atividades, nesta quinta-feira (25/6), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, definiu os trabalhos de enfrentamento à pandemia como uma atuação de guerra.
“A pandemia é uma guerra. Só vejo uma imagem altamente positiva das Forças Armadas em relação ao combate da covid”, disse Azevedo ao se referir, também, à atuação do ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, que é militar da ativa.
Entre as atuações que têm repercutido no cenário atual é a produção de cloroquina. Mesmo sem a comprovação da eficácia do medicamento para o tratamento de pacientes com covid-19, o Exército fabricou mais 1,8 milhão de comprimidos por solicitação do governo federal, após a liberação do protocolo que ampliou a possibilidade do uso para este fim.
No país, são os laboratórios do Exército que têm a expertise para produzir esse medicamento, principalmente para fornecer o remédio para os militares que contraem malária ou para atender demandas do Ministério da Saúde no tratamento de lúpus, por exemplo.
“Nós tínhamos disponibilidade, no início da operação, de 1 milhão de doses, de comprimidos e nós passamos para o Ministério da Saúde isso. Recebemos mais insumos para fabricação e aumentamos (a produção). Estamos com a capacidade de mais de 1,8 milhão prontos e não distribuídos ainda”, detalhou Azevedo que garantiu, ainda, que todas as contratações e produções foram feitas dentro da lei, mas que o Exército apenas executa a demanda do Ministério da Saúde.
Na última semana, o assunto ganhou destaque após o Ministério Público (MP) solicitar ao Tribunal de contas da União (TCU) a investigação de superfaturamento na produção do remédio.
O documento foi proposto pelo subprocurador-geral do Ministério Público que atua junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado. Na representação, ele cita matérias recentes que indicam que, em um ano, o preço da matéria-prima da droga aumentou seis vezes e que, entre março e abril de 2020, o comando do Exército passou a produzir 84 vezes mais o volume do medicamento.
Como a determinação partiu diretamente do chefe do Executivo, Furtado pede, ainda, que o TCU apure a responsabilidade direta do presidente Jair Bolsonaro, já que o aumento da produção, com pagamentos acima dos valores anteriormente praticados, se deu sem que houvesse comprovações científicas da eficácia da cloroquina no tratamento de covid-19.
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Da redação do Policiamento Inteligente com informações do Jornal Correio Braziliense