O Distrito Federal registrou hoje (19) a primeira morte por covid-19 de um preso no sistema carcerário sob responsabilidade do governo local, a Penitenciária da Papuda, e a confirmação do primeiro caso da doença na Penitenciária Federal de Brasília.
A morte ocorreu ontem (18), no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no tratamento da covid-19, para onde o detento, um homem de 32 anos de idade, havia sido transferido no dia 3.
No mesmo hospital, já havia morrido, na véspera (17), o policial penal Francisco Pires de Souza, internado no dia 28 de abril devido à covid-19. Souza trabalhava na Penitenciária do Distrito Federal I (PDF I), no Complexo Penitenciário da Papuda. A mesma unidade onde o detento morto ontem cumpria pena.
Ao menos 549 casos de presos infectados pelo novo coronavírus já foram confirmados no Complexo da Papuda. Entre os profissionais da segurança pública, a doença já atingiu 315 pessoas.
Penitenciária Federal
Na Penitenciária Federal de Brasília foi confirmado ontem o primeiro caso da doença entre presos. Segundo o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública, trata-se de um detento que chegou ontem ao presídio, transferido de Pernambuco por decisão judicial, para “prevenir ações que desestabilizariam” o estado nordestino.
Ainda de acordo com o Depen, o presidiário chegou a Brasília já com sintomas da doença e foi imediatamente isolado em uma cela individual, conforme determina o protocolo de prevenção adotado para impedir que a doença se espalhe pela penitenciária federal.
Seguindo esse protocolo, o preso deverá ficar 20 dias em uma cela individual de cerca de 9 metros quadrados, onde será monitorado por uma equipe médica. Durante esse período, o detento só poderá receber a visita de seu advogado, em caso de urgência. Separada das demais alas, a cela conta com uma cama, banco, escrivaninha, prateleira, vaso, pia e chuveiro. Todo o material de higiene, bem como vestuário e alimentos, será fornecido pelo próprio sistema prisional.