Para reduzir o tempo de espera de pacientes que aguardam cirurgias eletivas no Estado, represadas com a suspensão ocorrida em função da pandemia da Covid-19, o governador Ronaldo Caiado determinou à Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) que essa fosse uma meta para este ano. “No período da pandemia, os procedimentos médicos que não eram de urgência ficaram suspensos, principalmente na área de ortopedia. Mas, agora, já é possível atender esses pacientes que precisam ser assistidos e ter seu problema solucionado”, esclarece o governador.

O 1º Mutirão de Consultas e Exames Pré-Operatórios começou com a triagem de 500 pacientes no Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), de quarta a sexta-feira (18 e 20/05). Eles passaram por consultas de reavaliação, exames e avaliação completa, bem como realização de consulta cardiológica de risco cirúrgico. 

“O primeiro passo deste projeto foi a discussão do quantitativo de pessoas na fila com as unidades de saúde e a posterior identificação e qualificação clínica dos pacientes. Após isso, foi organizado o acolhimento de todos no Crer, com a equipe da unidade. Agora, com todos os exames prontos, iniciaremos as cirurgias ortopédicas na próxima semana”, explica o secretário da Saúde, Sandro Rodrigues.

800 cirurgias

Nesta semana, as equipes da SES-GO estão em Uruaçu, realizando o mesmo trabalho de triagem, qualificação clínica e acolhimento de 300 pacientes que serão operados no Hospital Regional do Centro-Norte, o HCN. “A qualificação clínica da fila foi para identificar também a origem dos pacientes e procurar atendê-los o mais próximo de onde mora. No HCN, será possível realizar os procedimentos de centenas de pacientes na macrorregião Norte do Estado”, explica Cárita Cristina Castro, gerente de Regulação de Cirurgias Eletivas da SES-GO.

 

A gerente informa que, nesse mutirão, está sendo atendida uma das especialidades mais demandadas. Durante a fase de triagem, os pacientes são identificados e chamados por técnicos da SES-GO e passam, no mesmo dia, por exames laboratoriais, eletrocardiograma e risco cirúrgico, raios X e avaliação com ortopedista. 

No Crer, eles foram orientados e acolhidos de forma humanizada, no auditório da unidade, seguindo para concluir o preparo, tudo em um único dia. “No fluxo normal, eles fazem os exames em dias diferentes, mas, no mutirão, concentramos num período de três dias, para facilitar esse pré-operatório tanto para o paciente como para as equipes da unidade de saúde”, diz Sandro Rodrigues. A ideia é realizar um mutirão por mês, em unidades de saúde e também especialidades diferentes.

Excelência

O Crer se preparou para oferecer um atendimento de excelência às centenas de pessoas, residentes em diferentes municípios do Estado, que aguardavam havia alguns anos o momento de passarem pelas cirurgias. Os pacientes foram recebidos de forma humanizada, com a oferta de lanche e pessoal exclusivo para prestar as informações.

O diretor técnico da unidade, Ciro Bruno Silveira Costa, informa que, além disso, a direção do hospital reservou para essa primeira fase do mutirão, dez cirurgiões ortopedistas de diferentes subespecialidades e três cardiologistas. 

Ciro Bruno Costa adianta que foram preparados ainda os setores de eletrocardiograma, ressonância magnética, tomografia e exames laboratoriais. Um total de 1,9 mil procedimentos foram realizados nos três dias. O diretor-técnico explica que as cirurgias serão realizadas já a partir desta semana. A expectativa, conforme diz, é que todos os pacientes cadastrados no mutirão passem pelos procedimentos cirúrgicos em, no máximo, três meses. 

Fim da espera

A satisfação tomou conta da dona de casa Maria Regina Martins, de 60 anos, residente em Aparecida de Goiânia e que há cerca de três anos aguarda a realização de cirurgia no quadril. Ela reconhece que a pandemia retardou a realização do procedimento, que deve amenizar o desgaste ósseo que sofreu. Mas disse compreender que os médicos tiveram responsabilidade ao não colocar a vida dos pacientes em risco, quando havia um número elevado de casos de Covid-19. 

O feirante Eurípedes Alexandre Ribeiro, de 76 anos, está aliviado por poder realizar a cirurgia que amenizará a dor que sente no joelho. Morador do Setor Campinas, em Goiânia, ele se dirigiu na manhã de sexta-feira (20/5) ao Crer, em uma cadeira de rodas, e passou pela triagem, exames de laboratório, consultas e exames das áreas de cardiologia e ortopedia. “Esse mutirão é uma bênção. Os funcionários daqui são gentis e atenciosos.”

A trabalhadora rural Rosa da Paixão Barbosa Correia, de 57 anos, também espera a realização do procedimento cirúrgico no joelho esquerdo. Moradora de uma fazenda em Nazário, ela não via a hora de ser chamada para o atendimento. “Estou aliviada e com muita alegria em meu coração”, sublinha. Dona Rosa, que está na fila de cirurgias há cerca de quatro anos e chegou a ser chamada no ano passado, mas não pôde comparecer, pelo fato de, na época, estar se recuperando de uma cirurgia na vesícula.

Maria José Silva/Comunicação Setorial/SES-GO

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