A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) divulga uma cartilha para alertar sobre os riscos do tabagismo difundido, principalmente entre os jovens, por meio do narguilé e do cigarro eletrônico (e-cigarro). Apesar de essas diferentes formas de consumo serem tratadas como menos nocivas, podem impor danos semelhantes ou até piores do que o cigarro convencional, uma vez que pode prolongar ou piorar o vício em nicotina e, nos não fumantes, tornar-se uma porta para o hábito do fumo.
A gerente de Vigilância de Doenças Crônicas não Transmissíveis da SES-GO, Magna Carvalho, alerta que modismos como o narguilé e o cigarro eletrônico escondem riscos extras e ainda são porta de entrada para a dependência em cigarro comum. “Todos eles contêm nicotina, causam dependência e aumentam o risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis”, esclarece a gerente.
O alerta é ainda mais necessário no Centro-Oeste, onde 11,2% da população usa o cigarro eletrônico, o que a torna a região com mais adeptos do dispositivo. O hábito aumenta o risco de danos à saúde, como convulsões, dependência, traumas, queimaduras (causadas por explosões) e doenças respiratórias, incluindo a síndrome respiratória aguda grave (Srag).
Relatório Covitel
Pelo menos um em cada cinco jovens de 18 a 24 anos usa o cigarro eletrônico, de acordo com o Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia – Relatório Covitel.
O coordenador do Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Estadual Alberto Rassi (HGG), Marcelo Rabahi, explica que o cigarro eletrônico causa uma queimadura interna nas células do pulmão. “Com o tempo, isso vai lesando o órgão progressivamente”, afirma.
Já o tabaco comum está relacionado como fator de risco para câncer de boca e pulmão, enfisemas pulmonares, doenças cardiovasculares e amputações de membros causadas pela baixa oxigenação do sangue.
Doença crônica
O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Há uma variedade de itens derivados de tabaco que podem ser usados de diversas formas: fumado, inalado, aspirado, mascado ou absorvido pela mucosa oral.
Apesar de o aerossol não conter substâncias tóxicas, como o alcatrão e o monóxido de carbono, o cigarro eletrônico contém uma substância não presente no cigarro convencional, o propilenoglicol, cujos efeitos não são totalmente conhecidos.
Os e-cigarros não são isentos de danos à saúde. Estudos recentes têm revelado que os constituintes do aerossol (glicerol, nicotina, aromas – diacetil) podem produzir efeitos tóxicos no pulmão. As suas partículas ultrafinas atingem as vias aéreas mais distais e os alvéolos.
Outro fator relevante e ainda pouco estudado refere-se ao impacto gerado pelo descarte dos dispositivos eletrônicos que, por conter bactérias, substâncias químicas, embalagens metálicas e outras, requerem um descarte especial, já que não são biodegradáveis.
Os cartuchos de cigarro eletrônico — como cápsulas de nicotina e/ou essências — em sua maioria são produtos de uso único que contêm resíduos plásticos, eletrônicos e químicos.
“Muitos deles se tornam lixo. Os resíduos de cigarros e cigarros eletrônicos podem poluir o solo, as praias e os cursos d’água, sendo prejudiciais inclusive à vida selvagem”, alerta a coordenadora estadual do Programa de Controle do Tabagismo da SES-GO, Selma Tavares.
A cartilha divulgada pela SES-GO pode ser acessada clicando aqui .
Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES)