A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) iniciou capacitações de profissionais de saúde para diagnosticar e monitorar a poliomielite, doença erradicada pela vacinação há mais de 20 anos no Brasil e que corre risco de voltar, devido à baixa adesão dos pais e responsáveis à vacinação.

De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, o risco de a doença retornar é alto, visto que apenas um Estado brasileiro, a Paraíba, alcançou os 95% da meta preconizada pelo Ministério da Saúde.

 

“A Organização Pan-Americana da Saúde classificou o Brasil com um risco muito alto de reintrodução da paralisia infantil. Em uma avaliação do continente americano, o Brasil só ficou atrás do Haiti. Isso é muito triste porque sempre fomos um país modelo em campanhas de vacinação, principalmente contra a paralisia infantil”, lamenta Flúvia.

A superintendente explica que o trabalho de preparação começou com os profissionais da vigilância epidemiológica. Também foi feito um trabalho com as vigilâncias dos núcleos hospitalares nas unidades hospitalares estaduais. As capacitações se estendem também às Regionais de Saúde e será feita ainda com as vigilâncias municipais.

Notificação imediata

Flúvia Amorim acrescenta que os profissionais estão sendo orientados de que os casos de paralisia flácida aguda (PFA) podem evoluir para poliomielite e devem ser imediatamente notificados. Ela descreveu os sintomas da doença, que incluem a perda dos movimentos inferiores, e todo caso com esse sintoma já deve ser tratado como suspeito.

De acordo com a superintendente, ainda dá tempo de reverter o atual cenário da baixa vacinação. “Dos 246 municípios goianos, 54 alcançaram a meta de 95%. A gente precisa de um engajamento dos gestores municipais e da conscientização da população para o risco que corremos se não vacinarmos nossas crianças”.

 

O vírus da poliomielite se aloja no intestino e pode ser transmitido pelas fezes e via oral. A doença causa, predominantemente, a perda dos movimentos inferiores por toda a vida, mas também pode levar à morte. O grupo mais vulnerável à doença são crianças menores de 5 anos de idade.

A vacina contra a doença, também chamada Sabin, é composta por duas gotinhas, tomadas via oral, muito segura e com total eficácia para proteger da doença. Ela é administrada, gratuitamente, em qualquer posto de saúde do País.

Fonte: Secretaria de Estado da Saúde (SES)