Tratamento de alguns casos da doença requer transplante e quanto mais doadores, mais vidas são salvas
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) realiza, neste mês, a campanha anual de conscientização sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea, o Fevereiro Laranja. A leucemia é um câncer que causa o crescimento acelerado das células do sangue, responsáveis pela defesa do organismo, os leucócitos. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado aumentam a chance de cura.
No Estado de São Paulo, o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) é referência para tratamento da doença. Atualmente, o Icesp tem 36 mil pacientes ativos, sendo que 8% são representados por neoplasia do tecido linfático, hematopoético e de tecidos correlatos, conhecida por leucemia.
Wellington Fernandes, médico hematologista do Grupo de Leucemias Agudas do Icesp, explica que o diagnóstico é feito pelo exame de imunofenotipagem, que, a depender de cada caso, pode ser feito pelo sangue ou aspirado da medula óssea.
“É de grande importância que a sociedade fique mais alerta em relação à existência desse subtipo de câncer, especialmente no que tange ao diagnóstico precoce e da importância do médico hematologista no diagnóstico e manejo desta condição. O ideal é que estes exames sejam feitos rapidamente diante da suspeita de leucemia aguda”, orienta Fernandes.
Para o médico, o tratamento varia do tipo de leucemia (se aguda ou crônica, se mieloide ou linfoide), podendo ser desde medicamentos orais simples até quimioterapias muito intensivas com várias drogas.
Transplante de medula óssea
“O transplante de medula óssea é o pilar do tratamento de boa parte dos casos de leucemia aguda, sendo a única estratégia curativa para alguns subtipos”, diz o especialista. O procedimento consiste na substituição de uma medula óssea doente ou deficitária por células normais de medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável.
A medula óssea pode ser destinada a qualquer pessoa compatível, não apenas membros da família e o retorno as atividades normais são em apenas três dias após a doação no procedimento mais simples.
De acordo com o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), o número de doadores cadastrados no Brasil é de 5,5 milhões, sendo 1,4 milhão no Estado de São Paulo.
Como se tornar um doador
Na visão do hematologista, quanto mais pessoas estiverem cadastradas nos bancos de doador de medula óssea, menor é a chance que uma pessoa morra por falta de doador.
Os requisitos para fazer uma doação de medula óssea são: ter entre 18 e 55 anos, estar em bom estado geral de saúde, não ter doenças infecciosas ou incapacitantes, doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.