O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou, hoje (9), a realização da Pesquisa Pulso-Empresa, que avaliou o impacto da pandemia da covid-19 nas empresas. Serão feitos, a princípio, cinco ciclos de levantamento de dados para verificar como os empresários do país estão sendo afetados pelas restrições impostas pelo novo coronavírus (covid-19) e como reagem à situação.
A primeira divulgação da pesquisa será na quinta-feira (16) e trará os dados levantados entre 15 e 30 de junho, com comparações entre a primeira quinzena de junho e o período anterior ao início da pandemia no Brasil, em 11 de março. Os demais ciclos, previstos para serem realizados de forma quinzenal até agosto, trarão comparações com a quinzena imediatamente anterior ao levantamento dos dados.
O questionário foi aplicado por telefone e integra o conjunto das Estatísticas Experimentais do IBGE, já que o modelo ainda está em fase de teste e avaliação. Nesse primeiro levantamento, foram entrevistadas cerca de 2 mil empresas em todas as regiões do país, sendo 14% no Norte, 18% no Nordeste, 22% no Sudeste, 25% no Sul e 20% são do Centro-Oeste.
Quanto ao tamanho, 52% são pequenas, com até 49 empregados; 33% têm de 50 a 499 trabalhadores e 15% são empresas grandes, com mais de 500 pessoas empregadas. Foram abrangidos no levantamento empresas das atividades econômicas da indústria, da construção, do comércio e de serviços.
O coordenador da pesquisa, Flávio Magheli, disse que o objetivo do estudo é acompanhar e avaliar a evolução e a incidência de alguns efeitos da pandemia sobre um conjunto diversificado de empresas.
“Nós temos o interesse de ter uma pesquisa rápida, em que a gente procura investigar empresas de diferentes tamanhos e espalhadas pelo território, entramos em contato por telefone, para ter uma percepção rápida sobre determinada temática. No nosso caso a intensidade do impacto sobre alguns temas”.
O coordenador do projeto, Alessandro Pinheiro, explicou que uma pesquisa-pulso tem o objetivo de fazer uma análise imediata dos dados. “É como um termômetro, ou seja, você precisa começar a medir logo a temperatura do paciente, nesse caso as empresas brasileiras, para que ele não tenha complicações mais sérias e você poder subsidiar políticas que vão dar respostas, tanto no campo público como no privado, com estratégias empresariais, aos efeitos da pandemia”.
Ele disse que foi feito um teste piloto de 20 de maio a 5 de junho para ajustar o questionário. Segundo Pinheiro, as perguntas são objetivas e levam cerca de 10 minutos para responder, com cinco focos temáticos, começando pela a situação operacional da empresa.
“Aqui a gente vai poder identificar a empresa que não conseguiu sobreviver ao choque e encerrou por causa da pandemia. A parte de impacto geral é direcionada às empresas que estavam funcionando. Os impactos específicos tanto do lado da demanda, das vendas, capacidade de produção e atendimento ao cliente, mercado de trabalho. A gente tenta identificar aquelas empresas que procuraram reagir e implantaram medidas de reação das empresas. E por fim o apoio do governo”.
A pesquisa vai trazer dados sobre a intensidade do impacto da pandemia nas vendas e nas condições de produção ou atendimento aos clientes, bem como indicadores sobre o acesso aos fornecedores e a capacidade de fazer os pagamentos de rotina. Trará também dados como alterações no quadro de funcionários, posicionamento diante das medidas emergenciais do governo e a utilização de linha de crédito.
A Pesquisa Pulso-Empresa: impacto da covid-19 nas empresas se soma a outras iniciativas do IBGE para traçar os efeitos da pandemia no país, como a Pnad Covid-19, que teve os primeiros resultados divulgados em junho, com respostas no curto prazo.