Após ouvir 808 residentes na capital paulista, levantamento conduzido pelo Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (Ipespe) constatou que 57% se dispõem a morar em um endereço próximo do local de trabalho ou estudo. A proporção é superior à registrada em fevereiro (50%) e demonstra que as exigências quanto à moradia mudaram com a pandemia de covid-19.
A pesquisa foi feita no âmbito do projeto Moradia no Mundo Pós-Pandemia, que conta com a participação de especialistas da Fundação Getulio Vargas (FGV), da Universidade Columbia e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Os entrevistados foram ouvidos no período de 19 a 22 de agosto.
Para a maioria das pessoas consultadas, estar em um imóvel que atenda a necessidades específicas da fase que se vive é outro fator que ganhou importância com a crise sanitária. Segundo um dos idealizadores do projeto, Leão Serva, a taxa subiu de 55% para 60%. Apesar de a lista de desejos poder ter sofrido alterações com a pandemia, 85% afirmaram que não planejam se mudar ao longo dos próximos seis meses.
No mesmo contexto, existem outros números significativos. No total, 57% trocariam de endereço para viver em um imóvel menor, para encurtar a distância até o trabalho ou a escola. O índice chama atenção, já que somente 2% declararam que já residem próximo desses locais. Os fatores que mais pesam na hora de escolher o endereço são: estar perto do trabalho (38%) e de familiares (31%). Em seguida, vem a moradia próxima de locais de lazer, de amigos e da faculdade.
Segundo Serva, o brasileiro já vem buscando meios alternativos ao transporte público para se deslocar na zona urbana. Ele diz que os resultados apresentados pela pesquisa deixam “um alerta” para gestores públicos, já que agora a população demanda, através da habitação, mais segurança sanitária, além de qualidade de vida.