O oficial da Polícia Militar Leonardo Magalhães Gomes da Silva, conhecido como Capitão, se entregou na noite de ontem (9) na Delegacia de Homicídios, no Rio de Janeiro, e foi transferido para a Unidade Prisional da Polícia Militar, em Niterói, o antigo Batalhão Especial Prisional (BEP) da PM, na região metropolitana do Rio.
Leonardo Magalhães Gomes da Silva era considerado foragido porque não chegou a ser cumprido o mandado de prisão preventiva contra ele na Operação Porto Firme, deflagrada ontem pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), e em parceria com a Delegacia de Homicídios da Capital e a Corregedoria da Polícia Militar.
A operação tinha mandados de prisão preventiva contra 16 denunciados à Justiça, entre eles, o cabo PM Fernando Mendes Alves, conhecido como Biro, preso ontem em casa.
De acordo com o MPRJ, os dois policiais são acusados de integrar organização criminosa responsável por crimes como tráfico de drogas e de armas de fogo, extorsões, homicídios, agiotagem e corrupção ativa na região de Vargem Grande, Vargem Pequena e adjacências, na zona oeste do Rio.
Conforme a investigação, o cabo Fernando Mendes Alves agia para garantir a proteção dos outros integrantes do grupo “para que estes pudessem continuar praticando delitos impunemente, sem que forças externas os incomodassem, inclusive intervindo em ações da Polícia Civil”.
“Ressaltamos que Polícia Militar não compactua com quaisquer desvios de conduta por parte de seus integrantes, sendo tais situações devidamente responsabilizadas quando comprovadas”, informou por nota a Polícia Militar.
A operação incluiu ainda 51 mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao grupo. Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, a pedido do MPRJ.
Denúncia
Segundo a denúncia do MPRJ, a investigação conduzida no Inquérito Policial 901-00159/2020 partiu que uma outra acusação, que começou com a apuração da morte de Marcus Vinícius Calixto, em 2018, em Vargem Grande.
O Ministério Público informou que a vítima teria sido morta por contrariar interesses dos criminosos, conhecidos como milicianos, naquela região da zona oeste. “Escutas telefônicas autorizadas pelo Judiciário demonstraram a existência de um grupo criminoso atuante na localidade, liderado pelo oficial da Polícia Militar, Leonardo Magalhães Gomes da Silva, também conhecido como Capitão.”