A Praia de Copacabana, símbolo da festa da virada do ano no país, que chega a reunir 3 milhões de pessoas no réveillon, recebeu ontem (31) apenas pequenos grupos para passar a meia-noite. Com a festa oficial cancelada na cidade do Rio de Janeiro, sem a tradicional queima de fogos nem palcos com atrações musicais em diversos pontos da cidade, os moradores e turistas respeitaram a recomendação de ficar em casa e evitar aglomerações.

O objetivo é diminuir o contágio da covid-19, que nos últimos dois meses voltou a aumentar em todo o Brasil e já está na casa das 195 mil vítimas fatais. Ontem (31), um laboratório de São Paulo confirmou a identificação de uma variante do novo coronavírus que pode ser mais transmissível, já amplamente encontrada na Inglaterra e nos Estados Unidos.

De acordo com a Polícia Militar, não houve um número expressivo de ocorrências na noite da virada. “Nossas equipes passaram a noite atuando no intuito da conscientização, dialogando com a população e dispersando pequenos e médios grupos de pessoas”. A corporação informou que essas ações não geram registros.

Lixo

Segundo o presidente da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb), Flávio Lopes, o monitoramento feito pela companhia e pelo Centro de Operações Rio (COR) mostrou uma redução drástica de pessoas nas orlas, em comparação com o réveillon do ano passado. De acordo com ele, a primeira parte da limpeza em Copacabana ocorre entre 22h e 3h e este ano foi recolhido apenas 12% do lixo de costume.

“O primeiro número que a gente tem é da operação noturna de Copacabana, é um bom grau de comparação. No ano passado a gente recolheu 50 toneladas de lixo e esse ano recolhemos 6,5 toneladas, ou seja, um pouco mais de 12% do volume de lixo gerado no ano passado”.

A segunda parte da operação, que começou às 6h, também deve seguir a mesma proporção, segundo Lopes. “Durante o dia, a expectativa é que seja mais ou menos esse volume, ano passado tivemos um pouquinho mais do que 750 toneladas. A Expectativa é que a gente fique em volta de 20 toneladas [este ano]”.

A Comlurb trabalhou com 70% do efetivo normalmente escalado para o réveillon. Por conta do menor volume de trabalho na operação, Lopes explica que serão feitos mutirões de limpeza em alguns pontos da cidade.

“Como tem menos lixo, está relativamente tranquila. A gente normalmente limpa só a orla na operação de ano-novo, então estamos conseguindo avançar mais alguns quarteirões para dentro. Vamos fazer também um mutirão nas duas primeiras semanas do ano, começando amanhã com cinco grandes corredores de movimentação na cidade, com limpeza e manutenção, poda de árvores, roça de canteiros”.

*Colaborou Raquel Júnia, repórter do Radiojornalismo EBC