As denúncias de estupro chegaram a 75 em novembro de 2017, 92% a mais que no mesmo período de 2016, em que foram registrados 39 casos. No ano, as ocorrências totalizaram 814, um aumento de 34,5%. Os dados foram divulgados na tarde desta quarta-feira (6) pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
“Intensificamos o trabalho no encorajamento das vítimas e das pessoas que conhecem as vítimas nas políticas de assistência social, de saúde e transversais”, atribuiu a especialista em assistência social da Secretaria do Trabalho, Miriam Pondaag.
De acordo com ela, o desafio de lidar com a violência sexual acontece porque a maioria dos casos ocorre no ambiente fechado. “A dimensão dessa violência é maior do que imaginamos. Os casos registrados tardiamente mostram que há medo, e coação das vítimas, o que deve ser trabalhado por meio de campanhas de prevenção, enfrentamento e com o fortalecimento dos serviços”, avalia.

“As políticas de governo têm como objetivo incentivar que as pessoas denunciem o estupro, bem como os demais crimes”, reforçou o titular da pasta da Segurança. Ele destacou ainda a importância de registrar boletim de ocorrência — o que pode ser feito virtualmente caso a vítima não vá até a delegacia.
Crimes contra o patrimônio
Ainda segundo o balanço apresentado hoje, índices dos seis tipos de crime contra o patrimônio apresentaram queda no DF em 2017. De janeiro a novembro, foram registradas 55.490 ocorrências — 5% ou 2.978 a menos que no ano passado.
A maior variação foi no número de roubos a comércio, que teve decréscimo de 22,9% de um ano para o outro e de 26,5% a menos no comparativo de novembro. Em relação a outubro, as ocorrências caíram de 208 para 158.
Os roubos em residências também tiveram queda expressiva no mês passado, com 23 ocorrências a menos do que no mesmo período de 2016 — de 80 para 57 — e 51 a menos em relação ao apanhado anual, que passou de 827 para 776.
Já os números do comparativo mensal de roubo de veículo e a pedestres foram 16,6% e 0,8% menores, respectivamente. No caso de roubos em transporte coletivo, a queda em novembro de 2017 foi de 26,8% em relação a 2016.
Furtos a veículos tiveram a queda anual de 2,4%. Apesar disso, no comparativo mês a mês, o número teve um ligeiro aumento — passou de 941 para 1.186 ocorrências.
Homicídios
De acordo com o balanço, a taxa de homicídios no DF continua a menor dos últimos 17 anos. No acumulado de janeiro a novembro, foram registradas 444 ocorrências — 95 a menos que no mesmo período de 2016 —, quantidade mais baixa desde 2000, quando começou a série histórica.
No comparado mês a mês, o número de ocorrências de assassinatos também diminuiu, de 49 para 43.
De acordo com o secretário da Segurança Pública e da Paz Social, Edval Novaes, a prospecção para 2017 é a de que a taxa de homicídios chegue a 17,6 por 100 mil habitantes no fim de dezembro.
Em 2016, o índice fechou em 19,7 para cada 100 mil brasilienses. “Confirmada essa estimativa, será a taxa mais baixa desde 1989 no DF”, informou o titular.
Mortes no trânsito
Em novembro, o número de mortes provocadas por acidente de trânsito caiu 42% no DF. Considerando os índices anuais, de janeiro a novembro de 2017 a redução foi de 34,7% — 235 mortes contra 360 registradas no mesmo período de 2016.
De acordo com os dados do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), a expectativa é ultrapassar em 2018 a meta determinada pela Organização das Nações Unidas, de reduzir o número em 50% de 2011 até 2020.
Em 2017, foram registradas 235 mortes no trânsito, 49,4% a menos do que as 465 ocorrências registradas em 2011.