A política é feita de gestos e sinais. Os últimos gestos do Governador Rollemberg, ao se aproximar da cúpula do PSDB, deixam claro que ele não deseja mais o casamento com o vice-governador Renato Santana, na próxima eleição. Os sinais emitidos pelo Deputado Rogério Rosso, em entrevista a coluna À queima-rouba, do Jornal Correio Braziliense, de hoje (31), fazem-nos crer que o divórcio está a caminho.
Imagine-se em um casamento em que um dos parceiros já iniciou um novo relacionamento. Ele já saiu de mãos dadas, já beijou, em público, e até pretende levar a “outra” para morar em sua casa, sendo ainda oficialmente casado, e ainda morando com sua companheira (o). É o que está acontecendo com o PSB, de Rollemberg, e o PSD, de Rosso. Aparentemente, um casamento de aparências.
Ao ser perguntando se os integrantes do PSD se sentiram excluídos da negociação com o PSDB, que incluiu o cargo de vice-governador nas próximas eleições, o Deputado Rogério Rosso foi enfático ao afirmar que “esse tem sido o estilo do governo Rollemberg desde a transição e de certa forma já não causa mais surpresa ao partido.”
O ponto interessante da entrevista é quando, ao ser perguntado se a aliança entre o PSD e o PSB continua para 2018, sem uma função estratégica na chapa,  ele responde que “para nós do PSD, política é uma mesa redonda, sem cabeceira. Quem achar que é melhor do que outro já começa perdendo. Nosso partido tem bandeiras e um planejamento para o DF. Nosso objetivo é estar ao lado de partidos e lideranças política que conseguem enxergar as melhores soluções para o DF. Nossa pretensão é ajudar a população na plenitude das ações.”
Ele encerra a entrevista afirmando que o partido irá se reunir nos próximos dias e irá decidir sobre o hoje e o amanhã. Sua fala foi dura ao afirmar que “só existe rompimento quando existe relacionamento”, o que demonstra que o casamento já acabou faz tempo. Sobre o desembarque do governo e a entrega dos cargos ele diz que o “destino do PSD será decidido pelos integrantes do partido no devido tempo, sem atropelos ou sentimentos negativos.” Para eles do PSD, “o que vale de verdade é o futuro do DF. Todos os cargos de um governo pertencem ao governador.”
Como diziam os antigos, para quem sabe ler, um pingo é letra. Vale a pena ler toda a entrevista. Até abril muita água ainda irá passar por debaixo da ponte, mas uma coisa é certa na política, assim com no jogo de xadrez: pedra isolada é pedra morta!