A Operação Trickster, por meio da qual a Polícia Civil investiga uma fraude no sistema de bilhetagem automática no DFTrans, neste sábado (24/3), teve um desdobramento que atingiu em cheio a cúpula do órgão, que terá agora um novo diretor-geral. O escolhido para o cargo pelo governador Rodrigo Rollemberg é Marcos Tadeu de Andrade, auditor de controle interno de carreira, e atualmente controlador-geral adjunto.
A decisão de Rollemberg foi anunciada depois de a Polícia Civil realizar uma busca e apreensão na casa de Léo Carlos Cruz, que era, até então, o diretor-geral do DFTrans. Além disso, o chefe da Coordenação de Bilhetagem Automática, Harumy Tomonori Honda, foi preso temporariamente pela Polícia Civil. Após a ação da Coordenação de Repressão aos Crimes contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (CORF/PCDF), o governador anunciou a exoneração de todos os envolvidos.
Estima-se que, no esquema, os desvios de dinheiro tenham chegado à casa dos bilhões de reais. Um dos mentores do grupo, Pedro Jorge Oliveira Brasil, 47 anos, estava preso desde semana passada, no início da operação. Ele foi detido em casa, no Gama. O auditor-fiscal de atividades urbanas é ex-servidor do DFTrans e estava, atualmente, lotado na Subsecretaria de Fiscalização Auditoria e Controle (Sufisa), vinculada à Secretaria de Mobilidade (Semob).
O suspeito portava uma senha que o permitia inserir informações falsas no SBA, como cadastrar empresas de fachada e funcionários fantasmas para receber o ressarcimento de vales-transporte de passagens que nunca aconteceram. Para manter o esquema, Pedro Jorge tinha o auxílio de quatro comparsas, os advogados Vinicius Volpon Quantio, André Vidal Vasconcelos e Rodrigo José Silva Pinto, que foram presos em João Pessoa (PB).
Com eles, foi apreendido dinheiro em espécie, joias e celulares. Também fazia parte do comando da quadrilha o técnico em informática Renato Melo Alves. Ele foi preso em Brasília.
Com eles, foi apreendido dinheiro em espécie, joias e celulares. Também fazia parte do comando da quadrilha o técnico em informática Renato Melo Alves. Ele foi preso em Brasília.
Funções definidas
Vinicius Volpon Quantio, 38, é considerado braço direito de Pedro Jorge e atuava diretamente na organização das atividades do grupo. As investigações apontam que Pedro Jorge compartilhava com ele a senha que possibilitava inserir informações no sistema. Por meio de conversas de WhatsApp, os dois planejavam os golpes.
Em uma troca de mensagens, Vinicius cobra de Pedro Jorge a quitação de uma dívida feita com a compra de equipamentos. “Bom dia Pedro, quero que seja franco comigo, sempre joguei limpo com vc, só desta última vez agora gastei mais de 30 mil por vc, somando validadores, POS, cartão” (sic).
No alto escalão da organização, também estava Renato de Melo Alves, 30. O técnico em informática é funcionário da empresa Defender Conservação e Limpeza Ltda., contratada pelo DFTrans em janeiro de 2016 para prestar serviços de apoio operacional no SBA. Segundo as investigações, ele orientava Pedro Jorge sobre como acessar o sistema e que senhas usar. Ele também era responsável por adulterar os relógios e datas dos validadores para permitir descarregar cartões que possuíam limites diários para uso. Eles vão responder por estelionato majorado, peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Em uma troca de mensagens, Vinicius cobra de Pedro Jorge a quitação de uma dívida feita com a compra de equipamentos. “Bom dia Pedro, quero que seja franco comigo, sempre joguei limpo com vc, só desta última vez agora gastei mais de 30 mil por vc, somando validadores, POS, cartão” (sic).
No alto escalão da organização, também estava Renato de Melo Alves, 30. O técnico em informática é funcionário da empresa Defender Conservação e Limpeza Ltda., contratada pelo DFTrans em janeiro de 2016 para prestar serviços de apoio operacional no SBA. Segundo as investigações, ele orientava Pedro Jorge sobre como acessar o sistema e que senhas usar. Ele também era responsável por adulterar os relógios e datas dos validadores para permitir descarregar cartões que possuíam limites diários para uso. Eles vão responder por estelionato majorado, peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Como funcionava o esquema
Acredita-se que os criminosos usavam empresas fictícias, sem registro na Receita Federal e com CNPJ falso, e funcionários fantasma para a emissão de créditos para vale-transporte que seriam usados por seus empregados. Os cartões eram validados e em seguida descarregados nos ônibus. Os permissionários transformavam os créditos dos vales em dinheiro em espécie.