Ampliando os serviços, formando profissionais, qualificando mão-de-obra, incentivado o desenvolvimento empresarial e atraindo grandes empresas, o Distrito Federal está conseguindo se consolidar como um dos principais centros logísticos e tecnológicos do Brasil. É nesse rumo que caminha a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), ao levar internet gratuita para diversas regiões do DF e oferecer cursos que possibilitam jovens de comunidades carentes, trabalhadores e empresas a conquistar espaço no mundo digital. Conquistas relatadas aqui pelo secretário Elísio Luz, que nos últimos quatro anos vem atuando para que Brasília se consolide definitivamente com uma cidade inteligente.
AGÊNCIA BRASÍLIA – O que a Secti tem feito para formar mão-de-obra especializada para atender ao mercado tecnológico?
ELÍSIO LUZ – Implantamos diversos programas de formação e capacitação de jovens, de técnicos e de funcionários de empresas. Um deles é o programa Inovatech, por meio do qual a Secti investiu mais R$ 40 milhões para capacitar profissionais em áreas tecnológicas, especialmente aquelas ligadas à indústria 4.0 (conceito que representa a automação industrial e a integração de diferentes tecnologias). A meta é capacitar 11 mil jovens. Com esses investimentos, estamos apoiando também a inserção massiva dessas tecnologias nos processos produtivos das empresas do DF, a partir da modernização de processos, inovação em produtos e certificação de qualidade. Oferecemos também cursos para jovens técnicos em eletrônica, ensinando-os a consertar computadores, celulares e outros equipamentos eletrônicos. Mais de 1.500 jovens foram capacitados e certificados nesses últimos quatro anos.
AB – Como as empresas do DF estão sendo incentivadas a evoluírem no mercado das novas tecnologias?
EL – O Governo Ibaneis Rocha já investiu mais de R$ 4 milhões no programa DF + Produtivo, executado em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O programa possibilita que o Senai preste consultoria às empresas, ensinando os funcionários a utilizar de forma empresarial as redes sociais. O objetivo é fazer com que as empresas atendidas aumentem a produtividade, a eficiência e a inovação. Dessa forma, essas empresas são preparadas para atender aos preceitos da Indústria 4.0.
AB – Essa política tem conseguido atrair novas empresas para o DF?
EL – O Distrito Federal vem se firmando como um importante centro logístico para diversos tipos de empresas, especialmente as do setor de tecnologia. Um bom exemplo é a Amazon, uma das cinco maiores empresas de tecnologia do mundo. Diversos estados brasileiros brigaram para ter a Amazon. Em novembro de 2020, foi inaugurada em Santa Maria a Central de Distribuição da Amazon, gerando 500 novos empregos.
AB – Jovens de comunidades carentes do DF estão tendo a oportunidade de serem inseridos no mundo da tecnologia digital?
EL – Certamente. Para isso, criamos o Include, programa que objetiva inserir jovens de comunidades carentes no ambiente digital, possibilitando que essa garotada domine as novas tecnologias e, assim, possa ter a oportunidade de ingressar no mercado de trabalho do mundo digital. Os núcleos do Includes, instalados em comunidades de baixa renda, foram projetados e equipados para oferecer gratuitamente cursos com metodologia e linguagem de software e hardware, desenvolvidos para a inclusão de jovens no mundo digital. O objetivo final é implementar até 10 mil laboratórios, impactando adolescentes de todo o Brasil por meio da tecnologia.
AB – Internet gratuita hoje é um serviço consolidado no Distrito Federal?
EL – O programa Wi-Fi Social DF tornou-se o queridinho dos brasilienses. Disponibiliza internet grátis para as pessoas nos pontos públicos, como escolas, feiras permanentes, Rodoviária de Brasília, terminais rodoviários, parques, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais, bibliotecas públicas e até no Jardim Zoológico. Já são 110 pontos instalados e mais de 150 milhões de acessos. O programa é um sucesso também fora do DF. Tem servido de modelo para a implantação de programas semelhantes em diversos estados brasileiros.
AB – Como a secretaria vem enfrentando o problema do descarte incorreto do lixo eletrônico?
EL – Nós temos o programa Reciclotech. Por meio dele, já reciclamos mais de 700 toneladas de lixo eletrônico, como baterias, pilhas, notebooks e computadores, que após a reciclagem são doados para crianças e jovens de baixa renda. Além disso, implantamos a primeira usina de reciclagem da América Latina e já entregamos mais de 5 mil computadores recondicionados. Com isso, ajudamos a preservar o meio ambiente. Esses resultados fazem com que o Reciclotech seja um programa de sucesso. Sucesso que vem sendo copiado por governos de vários estados brasileiros.
*Colaboração: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti)