A rotina do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães), da Polícia Militar do DF, mudou há cerca de 40 dias, quando nasceu uma ninhada de seis filhotes da raça pastor-belga-malinois. Cuidar dos pequenos passou a ser mais uma das obrigações dos policiais do batalhão localizado no Setor Policial Sul. Filhos de dois cães policiais, K9 Gaia e K9 Spider, os cãezinhos serão treinados para, quem sabe futuramente, integrar oficialmente o plantel do BPCães, hoje com 50 animais.
O foco do batalhão é preparar o sexteto, composto por quatro machos e duas fêmeas, para a atividade de detecção de explosivos para integrar um dos quatro pelotões com menos cachorros no momento, já que regularmente o plantel precisa ser renovado. De tempos em tempos, há a necessidade de alguns animais irem para a reserva, seja pela idade – os cães policiais trabalham até no máximo 8 anos de idade –, seja pela avaliação de produtividade.
“Já temos uma ordem de prioridade dentro do batalhão, mas não é certeza que todos serão aproveitados, porque precisamos que sejam animais com algumas características. É preciso ter impulso de caça, vontade de procurar e de comer, instinto de presa… Fazemos uma avaliação de quais têm aptidão durante os primeiros meses”, explica o comandante do BPCães, major Reis. Aqueles que não se encaixam no perfil vão para doação.
Por ainda serem muito pequenos, os filhotes têm passado a maior parte do tempo no box com a mãe K9 Gaia, que está afastada das funções policiais até o desmame. As primeiras atividades de treinamento começam apenas quando os animais atingem entre dois e três meses, completam o ciclo vacinal e são desmamados. “Avaliamos o comportamento em matilha e individual. Se ele continuar superando os medos e vencendo obstáculos, percebemos que é um cão que pode fazer parte do batalhão”, destaca o operador de cão policial, o segundo sargento Luz.
O adestramento dos cães é baseado em psicologia da primeira infância. “No começo, o trabalho é muito rápido, com atividades que duram de cinco a dez minutos para os filhotes não perderem o interesse”, explica o operador de cão policial, terceiro sargento do BPCães Guimarães.
Com o passar do tempo, o treinamento vai evoluindo, com as primeiras saídas dos animais para reconhecimento de áreas comuns de atuação, como rodoviária, hotéis, elevadores e escadas rolantes, até o preparo específico para as atividades do cães policiais, que podem ser de detecção de explosivo, de detecção de narcóticos e armas e de busca e captura por odor específico.
Também é importante que desde o início os animais criem um vínculo forte com os policiais resultando no binômio cão policial. “Quanto maior a afinidade, maior a produtividade do trabalho. Muitos policiais levam os cães para casa no começo para incentivar essa interação, porque um depende totalmente do outro no trabalho”, define o comandante do BPCães, major Reis.
Com sete meses, os animais já estão preparados após o treinamento, mas geralmente é a partir de um ano e meio que eles passam a atuar em ações nas ruas. Se tudo correr bem, a nova ninhada poderá se transformar em K9 ao longo do próximo ano e reforçar as operações policiais em situações de resgate de pessoas desaparecidas, busca e captura de pessoas e detecção de drogas, armas e explosivos.
Fonte: Agência Brasília