Nesta sexta-feira (15), Dia Mundial do Sono, o Hospital Regional da Asa Norte (Hran), em parceria com a Associação Brasileira do Sono (ABS), vai discutir o tema “Sono para todos: dormir faz bem”, em palestras das 8h às 12h.
Aberto à população, o evento é gratuito e contará com a participação dos especialistas Vitor Codeço, Géssica Andrade, Anderson Albuquerque e a psicóloga Danuska Tokarski. As palestras serão divididas em grupos: um direcionado às pessoas que têm dificuldade para iniciar o sono, outro a quem tem dificuldade em manter o sono e um destinado a quem enfrenta problemas para descansar durante o sono.
“A proposta do evento é oferecer orientações sobre os distúrbios mais comuns”, antecipa o médico Vitor Codeço. Ele lembra que a privação de sono, bem como o sono insuficiente, aumenta o risco para problemas cardiovasculares e metabólicos, como hipertensão e diabetes, além da propensão para a obesidade.
“É importante ter um sono de boa qualidade, para que você se sinta descansado ao acordar”
Vitor Codeço, médico
Segundo a ABS, cerca de 73 milhões de brasileiros sofrem com insônia, condição marcada pela dificuldade em adormecer ou manter o sono durante o período de repouso. A instituição aponta que dormir bem melhora o humor e a concentração, além de fortalecer o sistema imunológico e prevenir doenças cardiovasculares e metabólicas.
A ABS aponta que um indivíduo adulto precisa de sete a nove horas de sono, dependendo da idade. Codeço lembra que a qualidade do sono não diz respeito apenas às horas dormidas, mas também a outros fatores: “É importante ter um sono de boa qualidade, para que você se sinta descansado ao acordar. Ter regularidade no horário de dormir e acordar também é um fator essencial para criar bons hábitos de saúde”.
Referência
Com um ambulatório dedicado ao tratamento de distúrbios do sono, o Hran é referência no DF nesta especialidade. A estrutura, ampliada em 2023, tem cinco quartos com cortinas blackout e isolamento acústico para garantir o conforto dos pacientes durante a polissonografia, principal exame feito no local – são cerca de 600 por ano.
O procedimento consiste na aplicação de um conjunto de eletrodos e sensores no corpo do paciente para monitorá-lo enquanto dorme. Os dispositivos registram várias respostas do organismo, como a atividade cerebral, os movimentos oculares e a atividade elétrica de nervos e músculos.
Com mais de 90 paradas respiratórias por hora de sono, o técnico em manutenção Luciel Rodrigues, 58, é paciente do ambulatório do sono e faz uso do aparelho Cpap, uma máscara especial para apneia. “Sofro com a apneia desde sempre, por isso procurei um especialista em busca de ajuda para melhorar a qualidade do sono”, relata.
Luciel conta que se sente constantemente exausto e sonolento, o que afeta significativamente sua rotina no trabalho. Além disso, há o impacto negativo na autoestima: “Evito dormir na casa de outras pessoas com medo de incomodar; e, quando sou convidado para acampamentos, me sinto envergonhado, pois sei que posso atrapalhar”.
A pneumologista Géssica Andrade atenta que pessoas que vivem com apneia do sono – condição em que a respiração é interrompida por alguns segundos no meio da noite – estão mais suscetíveis a problemas relacionados ao cérebro, como derrame, doença de Alzheimer e declínio cognitivo. “A insônia é bem comum em mulheres, e também a apneia em uma certa idade, perto da menopausa”, aponta.
*Com informações da Secretaria de Saúde
Fonte: Agência Brasília