O Governo do Distrito Federal (GDF), em conjunto com o Ministério da Saúde (MS), reuniu, na tarde desta quarta-feira (13), os diretores dos hospitais particulares para alinhar as diretrizes de atendimento aos pacientes com dengue. Foi apresentado aos gestores da rede suplementar um manual de manejo clínico atualizado da doença, com a escala de classificação de risco. As instituições particulares se comprometeram a aderir ao protocolo, cujo objetivo é auxiliar na preconização e efetividade do atendimento às pessoas com sintomas da doença.
“O Ministério da Saúde tem observado na rede pública do Distrito Federal os ajustes, os avanços e as potencialidades da classificação e do manejo clínico para trazer um olhar apurado sobre a dengue”
Lucilene Florêncio, secretária de Saúde
“Há uma necessidade da integração da rede pública com a rede particular, porque as pessoas não morrem somente na rede pública. Há uma necessidade de nivelamento de protocolos e procedimentos”, afirmou a vice-governadora do DF, Celina Leão. “É isso que nós estamos fazendo, chamando a rede privada para discutir, porque o que nós estamos enfrentando não é nada do que foi passado da dengue nos últimos 10 anos. Então o recado que nós deixamos aqui é para não subestimar a dengue e não aceitar o efeito rebote sem procurar uma unidade de saúde”, acrescentou.
O documento apresentado foi criado pelo Ministério da Saúde a partir dos dados mais atuais sobre a doença, que, apesar de acometer o Brasil há mais de 40 anos, teve suas características modificadas com a circulação de novos sorotipos que têm se mostrado mais graves. Atualmente, nove estados e o Distrito Federal estão em estado de emergência em saúde pública devido à epidemia de dengue.
“É importante colocar que nenhum estado do Brasil consegue ter um diagnóstico claro e sem subnotificação igual ao nosso. Nós estamos encarando esses dados e os abrindo para o Ministério da Saúde, pesquisando para que não tenhamos mais óbitos, para que possamos enfrentar essa epidemia gravíssima de frente, sem subnotificação e sem perder mais ninguém”
Celina Leão, vice-governadora
“Períodos de epidemia trazem um aumento da demanda e para isso os serviços precisam estar melhor organizados para não só receber essa maior demanda, mas avaliar com todo o cuidado necessário”, destacou o coordenador geral de Urgências do Ministério da Saúde, Felipe Requi. Segundo ele, é preciso organizar o fluxo assistencial de forma adequada, com equipes mais sensíveis aos sinais de alerta, ao estadiamento (grau de classificação de risco) e o acompanhamento continuado do paciente após a alta.
A secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, reforçou que a medida visa atender toda a população do DF de forma mais efetiva e organizada. “O Ministério da Saúde tem observado na rede pública do Distrito Federal os ajustes, os avanços e as potencialidades da classificação e do manejo clínico para trazer um olhar apurado sobre a dengue”, comentou. “Setenta por cento da nossa população é ‘susdependente’, mas ainda temos 30% que busca a rede suplementar, por isso temos que alinhar e observar as condições”, disse.
Representando a rede particular, a superintendente do Sindicato Brasiliense de Hospitais, Casas de Saúde e Clínicas, Danielle Feitosa, classificou a reunião como de extrema importância. “Para nós da rede privada ter esse olhar do setor público, que está analisando dados, descobrindo as cepas e identificando qual paciente tem mais chance de mortalidade e que tem mais sucesso no tratamento, é muito importante. Vem para contribuir com a evolução dos nossos tratamentos e atendimentos, que já seguem os protocolos do Ministério da Saúde, mas eles têm sido atualizados a cada dia, porque descobrimos uma dengue diferente”, diz.
Enfrentamento no DF
Desde 25 de janeiro após a publicação de um decreto governamental, o Distrito Federal está em estado de emergência em saúde pública devido ao aumento do número de casos de dengue. Entre as ações de enfrentamento à doença, o governo adotou a ampliação do horário de atendimento das unidades básicas de saúde, a instalação de tendas de acolhimento e hidratação, os mutirões de limpeza e de atendimento médico nas regiões administrativas, a aplicação de vacinas no público alvo de 10 a 14 anos, além da testagem e sequenciamento dos casos e dos óbitos da doença.
“É importante colocar que nenhum estado do Brasil consegue ter um diagnóstico claro e sem subnotificação igual ao nosso. Nós estamos encarando esses dados e os abrindo para o Ministério da Saúde, pesquisando para que não tenhamos mais óbitos, para que possamos enfrentar essa epidemia gravíssima de frente, sem subnotificação e sem perder mais ninguém”, acrescentou a vice-governadora.
Celina Leão aproveitou para fazer um pedido a população para que os pais e responsáveis levem as crianças para se imunizarem contra a doença nos pontos de vacinação disponibilizados no site da Secretaria de Saúde. “Peço que as pessoas venham para que a gente não tenha também todas essas crianças expostas a essa gravidade dessa doença”, pediu.
Fonte: Agência Brasília