Os gestores do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) se reuniram com a Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer (Asccan) da Secretaria de Saúde do DF nesta sexta-feira (9) para debater a importância da notificação compulsória dos casos de câncer para criação de políticas públicas voltadas para o tratamento da doença.
“É extremamente importante falar da necessidade de coletar o maior número de dados e informações dos pacientes para que haja o preenchimento correto da ficha de notificação compulsória, além do prontuário médico, para sabermos as estatísticas anuais sobre o câncer”, informa o oncologista e chefe da Assessoria de Política de Prevenção e Controle do Câncer (Asccan), Gustavo Ribas.
A coleta sistemática dos dados é crucial para a criação de uma base de dados consolidada no Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil.
Segundo Ribas, os dados enviados por cada unidade da Federação ao Inca possibilitam a qualidade nas informações. O Distrito Federal foi pioneiro na criação da Portaria nº 180/2019, que torna obrigatória a notificação compulsória do câncer.
“Temos um caminho a seguir. É muito importante que a gente tenha essa visão do preenchimento correto e completo das fichas. Não é um trabalho tão prazeroso, pois envolve muita concentração, análise de dados, robustez e foco. Mas isso vai impactar muito na assistência do paciente com câncer e na avaliação multidisciplinar e multisetorial, o que é muito importante”, explica o médico.
Para enfrentar a doença na capital federal, a Secretaria de Saúde (SES) investe em políticas públicas de prevenção primária e secundária – com promoção de saúde e exames de rastreamento – e terciária – com enfoque na detecção precoce -, além da oferta de tratamento oncológico em unidades de alta complexidade: Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e Hospital Universitário de Brasília (HUB), além do Hospital da Criança de Brasília (HCB).
De acordo com o chefe da Asccan, o papel do médico é fazer o preenchimento do prontuário médico com o maior número de informações acerca do paciente e de seu tratamento, pois o documento é utilizado para diversos fins. Além disso, ele chamou a atenção para o não esquecimento das informações básicas como sexo, idade, raça/etnia, localização geográfica e profissão, pois cada tipo de câncer tem sua faixa etária.
“Alguns tipos de câncer aparecem em determinadas faixas etárias, outros só prevalecem mais em um sexo do que em outro, como o câncer de mama, em mulher, de próstata e bexiga, em homens. Além disso, há outros tipos da doença que têm ligação à região do país, por conta dos hábitos alimentares e de vida e outros estão associados ao trabalho dos pacientes, como o câncer de pulmão que está ligado a que trabalha em fábricas de cimento, de telhas, por exemplo”, explica Ribas.
A superintendente do Hospital Regional de Santa Maria, Eliane Abreu, disse entender que só é possível fazer inteligência em saúde e defender políticas públicas a partir de análise dos dados.
“Temos muitos aspectos ainda para melhorar, mas eu tenho certeza que o time do HRSM vai trabalhar em prol dessa pauta, dessa missão, dessa vocação. O nosso desafio é gigantesco para que a gente consiga entregar dados, para que eles sejam transformados em dados de inteligência, para uma busca em uma condição de um perfil epidemiológico que com certeza vai embasar em condições melhores de saúde no Distrito Federal, no Brasil”, afirma.
*Com informações do IgesDF
Fonte: Agência Brasília