Os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Distrito Federal podem entrar em greve nos próximos dias, conforme anunciou o Sindicato dos Médicos do DF (SindMédico-DF). A decisão será tomada em uma assembleia geral extraordinária marcada para o dia 14 de agosto, onde também será discutida a campanha salarial da categoria.
De acordo com o presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, a greve é vista como última opção, após todas as tentativas de negociação com o Governo do Distrito Federal (GDF) terem sido ignoradas. “Todos os meios possíveis para o estabelecimento de negociações foram ignorados pelo GDF”, afirmou Fialho.
Desde 2018, o sindicato tem tentado negociar a revisão do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) com o governo, sem sucesso. “A recomposição é necessária para a carreira médica no serviço público voltar a ser atraente. E é um passo indispensável para melhoria das condições de trabalho nas unidades públicas de saúde do DF e melhor oferta de assistência aos usuários do SUS no DF”, explicou Fialho.
Dados do sindicato revelam uma redução significativa no número de médicos na SES-DF. Em abril de 2014, a secretaria contava com 5.546 médicos, número que caiu para 4.197 atualmente. Essa diminuição afeta 21 especialidades médicas, com exceção de medicina de família e comunidade e medicina de emergência, que mantiveram ou aumentaram seus quadros.
Além disso, entre 2018 e 2023, a participação dos salários dos médicos na folha de pagamento da SES-DF caiu de 31% para 25%, refletindo a defasagem salarial e a evasão de profissionais. O SindMédico-DF também destacou que o GDF investe atualmente 26,96% do orçamento na folha de pagamento, abaixo do limite prudencial, o que indicaria margem para negociação.
A situação crítica levou o sindicato a pedir mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT), mas, segundo Fialho, “o governo não indicou um representante com real capacidade de negociação para participar das reuniões”.
A assembleia do dia 14 de agosto será determinante para definir os rumos da categoria e a possível paralisação dos serviços de saúde no DF.
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