O presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura, deputado Gabriel Magno, criticou a contratação de uma empresa de TI para gerir o sistema Educa-DF, uma vez que há concursados da área de TI aguardando nomeação

A Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Câmara Legislativa realizou reunião pública na manhã desta sexta-feira (25) para tratar dos relatos de problemas enfrentados por professores da rede pública na utilização do sistema de gestão da Secretaria de Educação. Para o deputado Gabriel Magno (PT), presidente da CESC, a contratação de empresa privada para gerir o sistema Educa-DF, que deverá substituir o atual sistema I-Educar, é problemática. 

“Ouvimos muitos relatos de dificuldade na emissão de declarações nas escolas por conta de falhas e instabilidades no sistema. Isso não é uma questão pontual de algumas escolas, mas de toda a rede. Quando a gente verificou o contrato da empresa que está desenvolvendo o Educa DF, nos deparamos com algumas situações. Se temos hoje servidores nomeados e concurso aberto para a área de tecnologia da informação na Secretaria de Educação, por que firmar contrato com uma empresa para prestar os mesmos serviços que seriam realizados pelos servidores? O valor do contrato com a empresa que vai prestar esse serviço, que é uma atribuição dos próprios servidores, daria para nomear até 450 servidores de TI. Como não há tantos, seria possível nomear todos os 42 aprovados e ainda sobraria dinheiro”, afirmou Magno. 

O deputado também ressaltou a importância de se atentar para a segurança dos dados que serão geridos pela empresa. “O modelo de terceririzar sistema é ou não mais vantajoso? Precisamos tratar da proteção e segurança de dados. Hoje os dados são uma grande commodity. Temos impactos negativos quando não protegemos ou regulamos dados envolvendo empresas do setor privado. Quais os controles e os limites para organizar os dados de nossos estudantes e servidores por uma empresa privada?”, questionou. 

 

Para a diretora do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF), Mônica Caldeira, a instabilidade do sistema já vem causando danos à saúde mental dos professores. “Está sendo difícil trabalhar com diário eletrônico, um sistema que não funciona. O professor faz o lançamento e depois ele some. O professor preenche os registros, preenche a planilha da escola e depois tenta inserir no sistema, mas a informação simplesmente some. O sistema está sempre ocupado e os professores só conseguem acessar de madrugada, quando o sistema está funcionando. Trabalhar de madrugada, acordar cedo para ir para a escola dar aula e descobrir que os dados não foram inseridos no sistema é frustrante. O sistema que deveria trazer alta tecnologia para as escolas, na verdade está precarizando o trabalho dos professores”, criticou a sindicalista. 

Vários professores e gestores de escolas públicas também participaram da reunião e relataram as dificuldades que enfrentam diariamente com o sistema de gestão da Secretaria de Educação. Em resposta, o secretário executivo da Secretaria de Educação, Isaias Aparecido da Silva, se comprometeu a fazer um levantamento dos problemas e apresentar, já na semana que vem, um planejamento para solução dos problemas. “Todas as reclamações são válidas. Nosso objetivo é chegar a zero reclamações, vamos ter que trabalhar mais, conversar com os professores das escolas, alinhar nossa gestão com os diretores. O sistema começou a funcionar, mas ainda não é o suficiente. Vamos trabalhar para que a coisa funcione na sua plenitude”, prometeu Isaias.

 

 

Ao final da reunião, ficou acertada a apresentação do planejamento para aperfeiçoamento do sistema para a comissão, além da realização de uma reunião com o Ministério Público para pactuar a solução. 

Fonte: Agência CLDF