Na semana em que Ceilândia completa 53 anos, a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) inaugurou, nesta segunda-feira (25), uma exposição de fotografias em homenagem à região administrativa mais populosa do DF. A mostra “Olhares de Ceilândia: 53 anos de história” segue no Foyer do Espelho D’água da casa legislativa até o dia 19 de abril. A visitação é gratuita e aberta à população.

A exposição retrata as mais de cinco décadas de história da cidade, com registros de arquivo público e imagens contemporâneas de moradores e apaixonados por Ceilândia. Ester Cruz, Gu da Cei, Luan Bastos, Matheus Barros, Webert da Cru e Taís Castro são os artistas que revelam as paisagens, as pessoas, os monumentos e o cotidiano da região administrativa.

A mostra é uma iniciativa do deputado distrital Max Maciel (PSol), nascido e criado na Ceilândia. “Vamos contar um pouco da história de como fomos retirados das chamadas invasões para a cidade que é hoje símbolo e sinônimo de resistência, cultura e diversidade”, explicou o parlamentar. “Contra todas as mazelas e todos os índices de criminalidade, de fome e de abandono, é a cidade que impulsiona tantos artistas Brasil afora. Para além da vulnerabilidade de Ceilândia, eu também sei da potência e da beleza que essa cidade tem”, analisou.

 

 

A reflexão sobre o território para além dos estereótipos também perpassa a visão do fotógrafo e artista Gu da Cei.“Ceilândia é a grande inspiração do meu trabalho artístico e aparece de diversas formas: seja na influência que tem na minha construção como pessoa, seja na criação de um imaginário de outras Ceilândias. Acaba sendo uma reivindicação de que a cidade tenha mais praças, mais espaços de encontro e que seja consciente da sua própria história”, argumentou.

Já o fotógrafo Luan Bastos explica que o trabalho dele na fotografia foi um instrumento para evidenciar as múltiplas potencialidades de Ceilândia. “Faltam acessos, mas tem muita cultura pulsando na cidade desde sempre”, sintetizou.

História

A origem da cidade remonta à Campanha de Erradicação das Invasões (CEI), criada pelo governo do DF para tratar das ocupações irregulares. Em 1971, já estavam demarcados 17.619 lotes de 10×25 metros, numa área de 20 km2. Localizada ao norte de Taguatinga, nas antigas terras da Fazenda Guariroba de Luziânia (GO), a região destinava-se à transferência dos moradores do IAPI; das Vilas Tenório, Esperança, Bernardo Sayão e Colombo; dos morros do Querosene e do Urubu; e Curral das Éguas e Placa das Mercedes. Na época, as áreas contavam com mais de 15 mil barracos e 80 mil moradores. Mais tarde, em 1988, a área foi ampliada para 231,96 km2.

Serviço:

Exposição “Olhares de Ceilândia: 53 anos de história”

De 25 de março a 19 de abril

No Foyer do Espelho D’água da CLDF

Entrada gratuita

Fonte: Agência CLDF