O tenente-coronel Mauro Cid esteve nesta quinta-feira (24) no plenário da CLDF e se recusou a responder as perguntas feitas pelos distritais. Diante do silêncio, os deputados discutiram sobre os atos do dia 08 de janeiro e a postura das forças de segurança e do governo no dia dos ataques.

O deputado Fábio Félix (PSOL) criticou o silêncio do militar, afirmando que a CPI seria uma oportunidade para ele esclarecer as acusações de participação na tentativa de golpe de Estado.

Félix leu trechos de conversas obtidas do celular de Cid pela Polícia Federal.  Na troca de mensagens, ele teria recebido o pedido de um membro do exército brasileiro para incentivar o ex-presidente Jair Bolsonaro a praticar um golpe de Estado. “Isso aqui é uma CPI contra a tentativa de um golpe, estamos aqui para achar o mandante dessa tentativa”, declarou Félix sobre as mensagens.

O deputado Pastor Daniel (PP) elogiou a carreira de Cid e novamente fez críticas às ações de enfrentamento aos ataques por parte do Governo Federal. “O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) dispensou um batalhão inteiro que reforçava a segurança do Planalto horas antes dos atos. O governo Lula impôs sigilo às imagens do dia 8 e não queria a abertura das CPMI”, destacou. “É muito fácil imputar a culpa de tudo ao modelo bolsonarista”, concluiu Daniel.

 

 

Thiago Manzoni (PL) destacou a “presunção de inocência” do depoente, afirmando que seu silêncio não o incrimina. Manzoni também fez críticas à esquerda e à postura do atual Governo Federal. “Lula ter voltado para a presidência foi um castigo da natureza que o povo não merecia”, afirmou.

Paula Belmonte (Cidadania) questionou mais uma vez a atitude do General G. Dias, flagrado por câmeras de segurança oferecendo água aos manifestantes durante os ataques. “O que ocorreu foi uma omissão do Governo Federal. Quem mandou abrir as portas do planalto? G. Dias serviu água para os golpistas a comando de quem? ”, questionou Belmonte.

Gabriel Magno (PT) também mencionou as mensagens encontradas no celular de Cid e leu trechos de reportagens que indicam que mais de R$ 3 milhões teriam sido movimentados em sua conta pelo sargento Luís Marcos dos Reis, ex-assessor de Bolsonaro. Magno classificou a conduta de Cid como “golpista”. “O senhor envergonha as forças armadas. Não vamos permitir anistia, como aconteceu em 1964”, declarou o distrital a Cid.

Max Maciel (PSOL) também criticou o que chamou de “roteiro de golpe”, se referindo às mensagens encontradas no celular de Cid. “A história não pode anistiar qualquer um que esteve envolvido na ruptura institucional colocando em crise a democracia brasileira”, declarou.

 

 

A Comissão se reúne novamente na próxima quinta-feira (31), com oitivas de Armando Valentin Settin e Cacique Sererê Xavante, que também são investigados nos inquéritos sobre ataques de 08 de janeiro.

Fonte: Agência CLDF