O deputado Pastor Daniel de Castro (à direita) cobrou novamente a individualização das penas atribuídas aos invasores e criticou o relatório apresentado pela CPMI do Congresso Nacional, alegando que o documento foi parcial

No depoimento desta quinta-feira (09), em que esteve presente o major Cláudio Mendes dos Santos, distritais debateram sobre os desdobramentos da comissão e as informações que deverão constar no relatório final da CPI dos Atos Antidemocráticos, que será apresentado ainda este mês pelo deputado Hermeto (MDB).

O deputado Fábio Félix (PSOL) questionou o major sobre os motivos que o teriam levado a aderir aos movimentos bolsonaristas que não reconheciam a legitimidade da eleição do presidente Lula. O major, que se classificou como conservador, afirmou que circulava entre os grupos de aplicativo dos quais fazia parte que o atual presidente “lutaria para acabar com as igrejas”, e que, por ser pastor evangélico, se opunha a tal medida.

Félix lembrou, então, que o atual mandatário já havia exercido a presidência entre os anos de 2003 e 2010 e questionou o depoente se ele tinha notícia de alguma igreja que tivesse sido fechada pelo governo nesse período. Major Cláudio não soube responder.

Fábio Félix mais uma vez culpou a postura do ex-presidente Jair Bolsonaro pelos atos praticados em 8/1. “Ele [Bolsonaro] não reconheceu o resultado das eleições, incitou pessoas a fazer atos radicalizados, infelizmente, sob o silêncio de instituições e os atentados acabaram acontecendo”, afirmou.

O deputado Pastor Daniel de Castro (PP) cobrou novamente a individualização das penas atribuídas aos invasores. Ele criticou duramente o relatório apresentado pela CPMI do Congresso Nacional, alegando que o documento produzido pela senadora Eliziane Gama foi parcial. “Indiciou só gente de direita”, disse o distrital.

Pastor Daniel falou ainda em “omissão e leniência” por parte dos agentes públicos do atual governo durante os ataques, como o ministro da justiça, Flávio Dino, e o ex-GSI General G. Dias, e pediu ao relator da CPI, deputado Hermeto (MDB), que seu relatório seja imparcial e avalie a conduta de todos os responsáveis pelos ataques.

A deputada Paula Belmonte (Cidadania) afirmou que os direitos humanos dos presos em virtude dos ataques de 8/1 podem estar sendo violados. A distrital criticou o fato de o julgamento dos acusados estar ocorrendo no STF e não na 1ª instância e chegou a classifica-los como “presos políticos”.

 

 

Fonte: Agência CLDF