O Programa de Saneamento Rural da Emater-DF vai beneficiar 21 famílias de produtores rurais do Assentamento 1º de Julho, em São Sebastião, com a instalação de sistemas autônomos individuais de esgotamento doméstico. A previsão é de que as obras, iniciadas na terça-feira (20), sejam finalizadas até meados de janeiro, impactando cerca de 100 agricultores e moradores da área rural.
O extrato para contratação da empresa executora das obras foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) no início desta semana, no valor de R$ 197.515,50, recurso que veio de emenda parlamentar do deputado distrital Jorge Vianna.
O programa já instalou, desde 2020 até hoje, 306 sistemas autônomos individuais de esgotamento doméstico em propriedades de várias regiões do Distrito Federal. Esse montante beneficiou diretamente cerca de 1,5 mil agricultores e moradores do campo, fora o atendimento indireto da população, que são os consumidores dos alimentos produzidos pelos produtores.
Ao todo, foram investidos cerca de R$ 3 milhões, recursos provenientes de emendas dos deputados distritais Leandro Grass, Reginaldo Sardinha e Jorge Vianna. Em janeiro, os números subirão para 327 fossas ecológicas instaladas no DF, com investimento de R$ 3,2 milhões.
O programa surgiu da necessidade de melhoria da qualidade sanitária dos alimentos produzidos, bem como para a proteção ambiental e para a promoção da saúde coletiva no campo. Os critérios de acesso ao Programa de Saneamento Rural da Emater-DF priorizam os produtores de folhagens e os agricultores de baixa renda, fornecedores do Programa Alimenta Brasil (PAB), além dos agricultores que estão em processo de certificação no Programa de Boas Práticas Agropecuárias.
A presidente da Emater-DF, Denise Fonseca, destaca que o alcance dos benefícios que a instalação dos sistemas individuais de esgotamento doméstico não se limita à propriedade rural. “Tudo que fazemos no campo também beneficia a cidade. O projeto das fossas sépticas dá condições dignas aos moradores do campo, garantindo sustentabilidade e alimentos saudáveis”, afirmou.
Saúde e segurança alimentar
Eliana Fontenele mora do Assentamento 1º de Julho, localizado em São Sebastião, desde 2011, com o esposo e duas filhas. Beneficiada com a instalação de um sistema de esgotamento doméstico, a propriedade só tinha uma fossa negra aberta, que exalava mau cheiro e juntava moscas.
“Vai ser muito proveitoso, além de diminuir o odor e acabar com os insetos, pois essa fossa é fechada, a gente vai poder usar o resíduo tratado para adubar a plantação. Além disso, vai evitar que o solo contamine a plantação”. Eliana produz frutíferas, além de mandioca, feijão, abóbora, e cultiva uma horta doméstica para consumo familiar.
Cristina Costa dos Santos Alves também foi beneficiada com uma fossa ecológica. A família, composta pelo casal e três filhos, cria galinhas e cultiva frutíferas, batata, mandioca. Cristina conta que antes a água da pia e do chuveiro ia para o solo e a água negra (urina e fezes) era despejada numa fossa aberta na propriedade.
“Com esse novo sistema a gente acredita que vai trazer mais higiene e segurança para a gente e para o nosso cultivo. Além disso, vai diminuir as muriçocas que são atraídas pela fossa aberta”, prevê Cristina Costa.
As 21 famílias beneficiadas com o sistema de esgotamento sanitário individual receberão uma capacitação dos extensionistas da Emater-DF sobre o uso adequado e cuidados com o sistema de esgotamento doméstico. As fossas ecológicas fazem um tipo de tratamento dos dejetos da cozinha e do banheiro. Nelas, a água suja passa por mais de um processo de filtragem e chega ao final com mais de 80% do resíduo tratado, em alguns modelos, a eficácia do tratamento chega a 95%.
*Com informações da Emater-DF
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