O consumo aparente de bens industrializados caiu 11,9% em março deste ano na comparação com fevereiro. A informação foi divulgada hoje (12), no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e mede tanto a demanda pela produção interna do Brasil quanto as importações de bens industriais.
Segundo o Ipea, o consumo aparente de bens industriais em março foi 3% menor que no mesmo mês de 2019. Mesmo assim, os 12 meses encerrados em março apresentaram uma ligeira alta de 0,2%, na comparação com o período anterior.
Com os dados de março, o primeiro trimestre do ano teve uma alta de 0,7% em relação aos mesmos meses de 2019.
A produção nacional de bens industriais caiu 14% em relação ao resultado de fevereiro, segundo a pesquisa, e as importações industriais recuaram 1,3% na mesma base de comparação.
A indústria de transformação foi mais atingida, com uma queda de 12,4% na demanda interna. Já a indústria extrativa mineral teve retração de 7,4% da demanda.
Números em queda
O segmento de veículos acusou queda de 34,3%, e outro destaque ficou com o recuo dos artigos de couro: -32,3%. Entre 22 setores pesquisados, somente o de outros equipamentos de transporte e o de borracha e plástico tiveram resultados positivos na comparação com fevereiro. Em relação a março de 2019, o resultado foi mais positivo, com 10 segmentos anotando crescimento.
Na avaliação das categorias econômicas da indústria, a de bens de consumo duráveis teve a maior queda: 28%. A indústria de bens de capital teve retração de 15,1%, e a de bens intermediários, de 5,6%.
O mês de março foi o primeiro em que a transmissão comunitária do coronavírus havia sido confirmada no país. A circulação do vírus levou a medidas de isolamento social, forma de prevenção recomendada pela Organização Mundial de Saúde para evitar a sobrecarga do sistema de saúde.
Segundo o governo de São Paulo, sem a quarentena, o estado poderia ter 40 mil mortes a mais. Em todo o país, a covid-19 fez mais de 11 mil vítimas.