Num dia de ajustes no mercado de câmbio, o dólar devolveu parte da alta acumulada nos últimos dias e registrou o maior recuo diário em três semanas. O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (13) vendido a R$ 5,368, com queda de R$ 0,085 (-1,56%).
Essa foi a maior queda diária desde 22 de julho, quando a divisa caiu 1,87%. A cotação operou em baixa durante toda a sessão. Na mínima do dia, por volta das 14h50, chegou a cair para R$ 5,35. Em 2020, a divisa acumula alta de 33,75%.
O Banco Central (BC) não interveio no mercado hoje. A autoridade monetária apenas rolou (renovou) contratos de swap cambial – equivalentes à venda de dólares no mercado futuro – que vencem em setembro. Ontem (12), o BC tinha leiloado US$ 1 bilhão em novos contratos de swap, o que não ocorria desde o fim de maio.
O mercado repercutiu o compromisso do presidente Jair Bolsonaro e dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, de defender o teto de gastos e de impedir a prorrogação do estado de calamidade. Ontem, o dólar fechou em R$ 5,45 em reação à saída de dois secretários do Ministério da Economia.
Dados positivos da economia brasileira reduziram as pressões sobre o câmbio. Indicadores divulgados hoje apontaram crescimento no setor de serviços e no desempenho das pequenas indústrias em junho. Embora ainda apresentem queda, os dados mostram que a atividade está próxima do registrado antes da pandemia de covid-19.
Bolsa
Diferentemente do câmbio, o mercado de ações teve um dia de turbulências. O índice Ibovespa, da B3 (a bolsa de valores brasileira), caiu 1,62%, fechando o dia aos 100.460 pontos. O indicador operou em leve alta durante quase todo o dia, mas reverteu o movimento e despencou nas duas últimas horas de negociação.
As ações mais prejudicadas foram as de empresas do setor de carnes, afetadas pela divulgação de que um lote de frango congelado brasileiro estava contaminado com o novo coronavírus. O cenário internacional também afetou as negociações, com o índice Dow Jones, da bolsa de Nova York, caindo 0,29%.
No exterior, a indefinição nas negociações sobre novos estímulos fiscais para a economia norte-americana. O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, disse à presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, que estava disposto a avançar com a ajuda contra a covid-19 em algumas áreas, mas não no financiamento eleitoral.
* Com informações da Reuters