Ao assumir o Ministério da Saúde, Nelson Teich fez questão frisar que “existe um alinhamento completo” entre ele e o presidente Jair Bolsonaro. Nesta quarta-feira (22/4), o ministro mostrou o porquê. Na primeira fala à imprensa desde que foi nomeado para o posto, defendeu o fim gradual do isolamento social e anunciou que o governo federal prepara uma diretriz para que estados e municípios possam retomar a atividade econômica. Em tom de alerta, disse que “é impossível um país sobreviver um ano, um ano e meio parado”. Não teve a mesma convicção, contudo, ao falar sobre a Covid-19. Há uma semana no cargo, afirmou que “a gente sabe muito pouco da doença” 

A postura do oncologista acabou sendo um reflexo dos demais ministros presentes ao Palácio do Planalto para a coletiva diária que informa as ações do Executivo de enfrentamento à pandemia. Enquanto a saúde foi colocada em segundo plano, ficou nítida a preocupação dos comandados de Bolsonaro em recuperar a economia. Apesar de o país ainda não ter entrado na fase mais crítica da doença e já haver colapso no atendimento em hospitais de alguns estados, o governo tem preparado um programa de retomada econômica para quando a crise sanitária acabar.

Sem a participação de nenhum integrante da equipe econômica na entrevista, o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, apresentou a iniciativa, que se chama Pró-Brasil e terá como foco a criação de postos de emprego mediante investimentos em obras públicas e parcerias com o setor privado. Segundo o governo, ao menos R$ 30 bilhões devem ser disponibilizados por meio de investimentos públicos e outros R$ 250 bilhões, via contratos de concessões e privatizações. A pretensão é de que mais de 1 milhão de postos de emprego sejam gerados no país com o programa.De acordo com a Casa Civil, o programa atuará com ênfase em dois eixos: ordem e progresso.

De acordo com o cronograma, o programa deve ser estruturado de maio a julho. Entre agosto e setembro, os projetos serão detalhados, e, a partir de outubro, haverá a implementação em larga escala. Após isso, o governo vai acompanhar a efetividade dos projetos.

Braga Netto apresentou o programa em encontro com Bolsonaro e outros ministros na manhã de ontem. Ele negou, na entrevista, que haja oposição da equipe econômica ao plano (leia reportagem ao lado). “O ministro Paulo Guedes estava hoje (ontem) na reunião. Todos os ministros foram favoráveis ao programa, sem nenhum problema.” Amanhã, será feita a reunião inaugural do Pró-Brasil.

O ministro da Casa Civil também refutou que a iniciativa seja uma versão do Plano Marshall. “Não existe nenhum plano Marshall. Existe o pró-Brasil. Plano Marshall é outra coisa. Isso não é um programa de recuperação econômica, é de crescimento econômico”, destacou.

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Da redação do Policiamento Inteligente com informações do Jornal Correio Braziliense