A indústria de hotelaria é um dos setores mais afetados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Segundo Patrick Mendes, CEO da Accor na América do Sul, uma rede multinacional de hotéis, o setor já calcula uma queda de 90% nos negócios.
“A indústria do turismo, da hotelaria, está sendo muito impactada, estamos falando de 90% da queda do volume de negócios, é brutal”, afirmou durante reunião, nesta sexta-feira (20), de empresários com o presidente Jair Bolsonaro e ministros, por meio de videoconferência.
“Nós estamos com hotéis fechando todo o dia. Só hoje fecharam mais de 130 hotéis no Brasil. Na semana que vem, vai ter mais ou menos 300 hotéis que vão fechar no Brasil”, acrescentou Mendes.
Ele projetou que o setor, que gera mais de um milhão de empregos diretos no Brasil, deve começar a demitir em breve.
Patrick Mendes, no entanto, defendeu as medidas para ampliar o isolamento social, de forma a controlar a propagação do vírus o mais rapidamente possível.
“Na China, conseguimos ver uma retomada da atividade econômica e da atividade no turismo de business, porque o confinamento foi brutal. Então, me preocupa bastante de não ver ainda o que está acontecendo na França, onde já é tarde também, e o que aconteceu na China, e que deveríamos aplicar para reduzir o tempo da crise, senão não vamos conseguir segurar os empregos”.
O secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, que participou da reunião, garantiu que o governo oferecerá linhas de financiamento para dar liquidez ao setor de hotelaria durante esse período de crise.
“A gente entende a dificuldade, estamos vendo que não tem saída de curto prazo mesmo, muitos são pequenos não têm recursos, e têm que pagar seus funcionários, [mas] temos linha de curto prazo, de capital de giro. Temos absoluta certeza que essa é uma crise temporária e quando passarmos por isso, o turismo no Brasil continua, o turismo de negócios, o turismo internacional e de lazer”, afirmou.
Edição: Fernando Fraga