Vejo que um dos maiores desafios do novo governo será a escolha dos primeiros administradores regionais. Nas cidades, em especial no Riacho Fundo I, vários grupos já começam a se reunir para “indicar” os futuros nomes. No jornal de hoje fala-se em escolha feita por meio de associações de moradores e pela associação comercial das cidades. E nas cidades que não possuem “associações de moradores”? Como será feito? Também temos as associações meramente cartoriais. No Riacho Fundo I, por exemplo, temos várias. Como se dará tal escolha? É possível consenso? E o papel dos distritais eleitos? Terão ingerência no processo?
No plano de governo do candidato eleito em sua pág. 40 nos deparamos com a seguinte afirmação:
“As ações de governo precisam espelhar os desejos e as reais necessidades da população. Para que isso aconteça, é imprescindível que o cidadão participe da formulação, execução, avaliação e controle das políticas públicas. É neste sentido que denominamos Cidadania este programático. A comunidade merece assumir o protagonismo na definição dos rumos de nossa cidade. Conselhos e comitês comunitários precisam ser instalados e dinamizados, compostos majoritariamente por membros da sociedade.”
Espero um dia chegarmos a este nível de organização popular. Inclusive com o fortalecimento dos conselhos comunitários de segurança. Onde possamos debater quais são os crimes que mais incomodam determinadas comunidades e a melhor forma de protegê-las. Temos em nosso meio o “orçamento participativo”, onde definimos as prioridades de investimentos dos recursos existentes. Por que não discutir que tipo de prevenção poderemos fazer nas comunidades? Cada comunidade possui sua própria peculiaridade. Precisamos nos adaptar aos novos tempos. Empoderar as comunidades é garantir uma segurança pública melhor. Precisamos construir tal aproximação.
A criação do instituto de segurança pública para fazer os levantamentos necessários para a elaboração de políticas públicas focadas na prevenção, a reestruturação da SUPROC, o fortalecimento de projetos de ocupação de espaços públicos visando a redução da criminalidade, a mudança de foco, saindo da repressão para a prevenção, sem esquecer a “repressão qualificada”, por meio do fortalecimento do serviço de inteligência policial, possam ser alternativas interessantes para a melhoria da segurança pública no DF e do fortalecimento da participação popular. A sociedade precisa sentir-se parte do processo!