Há dez anos, o Esporte Clube Água Santa disputou a primeira competição profissional: o Campeonato Paulista da Segunda Divisão (que, na verdade, é o quarto nível do futebol de São Paulo). Não que fosse um time novo. O Netuno foi fundado em 1981, mas para competir em torneios de várzea em Diadema, cidade do ABC Paulista. Na última segunda-feira (20), o Água Santa viveu a noite mais importante em 42 anos de história. Após o empate por 1 a 1 no tempo normal, a vitória por 4 a 2 nos pênaltis classificou a equipe à inédita decisão do Paulistão, para encarar o Palmeiras.

O Massa Bruta saiu na frente com Alerrandro, mas o também atacante Lucas Tocantins deixou tudo igual. Nas penalidades, a trave e o goleiro Ygor Vinhas garantiram a classificação histórica. Sem poder jogar em casa, na Arena Inamar, em Diadema, que ainda não tem iluminação, quase 12 mil torcedores pegaram a Rodovia Anchieta e desceram a Serra do Mar até Santos (SP), em mais de 40 ônibus, para apoiar o time na Vila Belmiro. O estádio do Peixe pode, inclusive, ser a casa do Água Santa no primeiro jogo da final, inicialmente agendado para o próximo dia 2 de abril.

O problema é que, dois dias depois, fecha a janela de transferências, que reabre somente em 3 de julho. Como o clube não tem calendário para o restante do ano, já que não disputará a Série D do Campeonato Brasileiro em 2023, muitos atletas já têm acertos com times de Séries A e B. Com a partida de volta, a princípio, agendada para 9 de abril, o Netuno pode atuar no Allianz Parque completamente desfalcado. Um cenário que preocupa o técnico Thiago Carpini, mais até do que enfrentar o atual campeão paulista e brasileiro.

Segundo a Federação Paulista de Futebol (FPF), o encontro para definição de datas e horários dos jogos da final será na semana que vem. A Federação ainda não se pronunciou sobre a situação do Água Santa.