O mês de maio, a partir deste domingo (1º de maio), marca o início de uma maratona com até 12 Campeonatos Mundiais paralímpicos até dezembro. O primeiro será o de futebol de paralisados cerebrais (PC), antes chamado de futebol de sete, que será disputado em Salou (Espanha). A delegação do Brasil chegou nesta quarta-feira (27) em Barcelona, a 112 quilômetros da sede.
A estreia será na próxima segunda-feira (2), às 10h30 (horário de Brasília), contra a Tailândia. Dois dias depois, na quarta (4), às 4h30, os adversários serão os alemães. Depois, na sexta-feira (6), a seleção nacional terá pela frente a Irlanda, a 1h30, última partida da primeira fase. Os duelos são válidos pelo Grupo B. As duas melhores equipes avançam às quartas de final.
Os brasileiros miram uma conquista inédita, após baterem na trave duas vezes, em 2003 e 2013, quando foram vice-campeões. Na última edição, em 2019, também na Espanha, em Sevilha, o Brasil ficou em terceiro lugar. Atual campeã, a Rússia foi suspensa pela Federação Internacional de Futebol de Paralisados Cerebrais (IFCPF, sigla em inglês), devido à ação militar na Ucrânia. Os ucranianos, aliás, são os maiores vencedores, com seis títulos, mas estão com a participação no Mundial ameaçada por falta de condições financeiras. A própria IFCPF iniciou uma campanha de doações para auxiliar os atletas do país – que fará o jogo de abertura, diante dos anfitriões, neste domingo (1º), caso dê tudo certo.
Tênis em Portugal
Na segunda (2), mesmo dia em que o Brasil estreia no Mundial de futebol PC, começa a Copa do Mundo de tênis em cadeira de rodas em Vilamoura, no Algarve (Portugal). O torneio será disputado até dia 8 e a delegação desembarcará em Portugal neste sábado (30). Será a terceira edição seguida em que o país estará representado nas quatro categorias da competição: open (deficiência em membros inferiores) masculino e feminino, quad (comprometimento em três ou mais extremidades do corpo) e júnior (sub-18). O canal da Federação Internacional de Tênis (ITF, sigla em inglês) no YouTube transmite o evento ao vivo.
Os horários dos jogos e os adversários dos brasileiros ainda serão anunciados. Se não estão entre as favoritas, as equipes verde e amarela têm como maior objetivo assegurar presença direta na edição de 2023 do Mundial, sem depender das eliminatórias. No ano passado, em Alghero (Itália), a meta foi alcançada pela primeira vez. Para repetir o feito, o Brasil tem de buscar um lugar no top 10, entre 16 seleções da open masculina; chegar às quartas de final da feminina (que reúne 12 times); ficar entre os seis melhores na quad e ser semifinalista da júnior (as duas últimas são mistas e reúnem oito participantes cada).
Dos 15 jogadores convocados para o Mundial, 11 estiveram na edição anterior. Na open masculina, os remanescentes são Daniel Rodrigues (30º do mundo) e Bruno Makey (85º). Além deles, Rafael Medeiros (70º) e Jucélio Torquato (94º) também estarão na disputa em Portugal. Número três do Brasil na categoria e presente em Alghero, Gustavo Carneiro (65º) se recupera de uma cirurgia no braço direito. No feminino, as representantes serão Meirycoll Duval (18ª), Maria Fernanda Alves (28ª), Lucimarry Nascimento (46ª) e Ana Caldeira (65ª), repetindo a equipe de 2021.
A seleção de quad também é a mesma do ano passado: Ymanitu Silva (oitavo), Leandro Pena (15º) e Augusto Fernandes (44º). Já o time de juniores conta com duas caras novas: Vitória Miranda (14ª do feminino) e Lorenzo Godoy (24º do masculino) reforçam o grupo que teve Jade Lanai (segunda entre as meninas e 50ª do mundo no adulto) e Arthur Dantas (58º entre os meninos) na edição anterior.
Atual campeã nas três categorias adultas, a Holanda vai ao Mundial como nação a ser batida – especialmente na open feminina (comandada pela líder do ranking, Diede De Groot, e pela número três, Aniek Van Koot) e na quad (onde o país tem os dois melhores do mundo, Niels Vink e Sam Schroder). Na open masculina, porém, os europeus dividirão atenções com Grã-Bretanha e Japão, que estarão representados, respectivamente, pelos atuais primeiro e segundo colocados da lista da ITF: Alfie Hewett e Shingo Kunieda.
Um britânico, aliás, é quem acompanha a reta final da preparação dos brasileiros no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Trata-se de Geraint Richards, técnico renomado no tênis em cadeira de rodas, com passagens pela seleção do país europeu e que, recentemente, trabalhou com a japonesa Yui Kamiji, número dois do mundo no open feminino e medalhista de prata na Paralimpíada de Tóquio (Japão).
Calendário cheio
Maio ainda reservava o Mundial de vôlei sentado, entre os dias 18 e 24, em Hanghzou (China), mas o país asiático abriu mão de realizar o evento (assim como o de goalball, que também seria em Hanghzou, em junho), devido ao recrudescimento da covid-19. No início de abril, a World ParaVolley, federação internacional da modalidade, anunciou Sarajevo (Bósnia-Herzegovina) como a nova sede da competição, transferida para novembro, ainda sem data certa para começar.
O Mundial de natação paralímpica está confirmado entre 12 a 18 de junho, em Funchal (Portugal). O Brasil possui 22 nadadores garantidos na competição. Além dos cinco campeões paralímpicos no Japão, 16 atletas estabeleceram os respectivos índices nas duas primeiras fases nacionais, no CT Paralímpico. Em paralelo, Larissa Rodrigues, da classe S3 (das categorias para deficiências físico-motoras, é a terceira de maior comprometimento), fez a marca exigida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) nos 200 metros nado livre durante a etapa de Berlim (Alemanha) do circuito internacional.
O calendário prevê mais sete Mundiais paralímpicos em 2022 – ou nove, caso se confirmem as novas datas dos de vôlei e goalball. De 3 a 7 de agosto, acontece o de paracanoagem, em Halifax (Canadá). Em setembro, Racice (República Tcheca) recebe o de remo, entre os dias 18 e 25. Em novembro, quatro eventos do gênero estão assegurados, sendo dois deles nos Emirados Árabes Unidos: o de tiro esportivo (3 a 17) e o de basquete em cadeira de rodas (16 a 27). Os demais são de judô, em Baku (Azerbaijão) entre de 4 a 9, e de tênis de mesa, entre 6 e 12, em Granada (Espanha). Por fim, o Rio de Janeiro será a casa do Mundial de bocha paralímpica, entre 3 e 14 de dezembro.