Às vésperas da primeira partida da Copa América, sediada no Brasil, a Comissão de Legislação Participativa, da Câmara dos Deputados, debateu o tema nesta sexta-feira (11). Entre os convidados, esteve presente o coordenador operacional da Copa América, o médico Andre Pedrinelli. Representando a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Pedrinelli explicou que o campeonato vai seguir rigorosas regras, com protocolo aprovado pelo ministério da Saúde, e que todas as dez delegações participantes virão ao Brasil em voos fretados. Ele detalhou os cuidados que serão tomados para evitar ou reduzir o risco de contágio pelo coronavírus.
Também presente no debate, o médico do comitê de enfrentamento da covid-19, da Universidade Federal de Minas Gerais, Unaí Tupinambás, destacou que tem ciência dos cuidados que serão tomados, mas que a realização das partidas no Brasil é preocupante.
Outro convidado para o debate foi o presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil (ANATORG), Alex Minduín. Em nome da entidade, ele também disse estar preocupado com a realização das partidas porque, mesmo com os cuidados previstos, o futebol é uma paixão nacional, o que pode gerar aglomerações em bares e comunidades, além dos torcedores que se juntam nos hotéis onde ficarão hospedados os jogadores.
Nessa quinta-feira (10), o Supremo Tribunal Federal formou maioria de votos para autorizar a realização da Copa América no Brasil, durante a pandemia. Foram julgadas três ações. Segundo a corte, não existiu ato oficial do governo para trazer os jogos para cá. No entanto, a ministra Carmen Lúcia destacou que, caso as contaminações saiam do controle, o governo pode ser responsabilizado administrativamente, ou na esfera penal.
A CBF já divulgou a data da primeira partida da Copa América. A estreia vai ser do Brasil contra a Venezuela, neste domingo (13), às 18h, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Dez delegações participam do campeonato, com 65 integrantes cada uma delas. Segundo o representante da CBF, André Pedrinelli, serão 35 árbitros, 150 organizadores da Conmebol, e estão previstos mais de cem convidados especiais, nos estádios, a exemplo de autoridades e presidentes de países. Ao todo, serão 28 partidas, que vão até 10 de julho. Não haverá torcidas nos estádios.