Foram 36 anos de espera, duas finais perdidas de forma dolorida, mas o torcedor argentino pôde, enfim, soltar o grito de tricampeão mundial neste domingo (18). A decisão no Estádio de Lusail, em Doha, no Catar, foi dramática, talvez a maior da história das Copas do Mundo.
Os hermanos abriram 2 a 0, dominaram o primeiro tempo e venciam com tranquilidade até os 34 minutos da etapa final, quando precisaram de apenas dois minutos para sofrer o empate. O duelo foi à prorrogação, a Argentina passou novamente à frente, mas a França, então atual campeã, não entregaria a taça facilmente e igualou de novo: 3 a 3 em 120 minutos.
Loucura. Decisão por pênaltis. E aí, brilhou Dibu Martínez. O goleiro defendeu a cobrança do atacante Kingsley Coman e viu o chute do volante Aurelie Tchouaméni ir para fora. Os argentinos acertaram todas as cobranças. A última delas coube ao lateral Gonzalo Montiel, que cometeu o pênalti que resultou no empate francês na prorrogação: 4 a 2 hermanos.
Um título, principalmente, para Lionel Messi, que após cinco participações, enfim conquistou o mundo e como protagonista, como deveria ser, na última Copa da carreira. Na final, o camisa 10 foi decisivo. Com a bola rolando, marcou dois gols, chegando a sete no Catar, e participou do lance do segundo gol, do também atacante Ángel Di Maria, peça crucial na estratégia do técnico Lionel Scaloni para amassar a França na maior parte do jogo.
Mas os europeus tinham Kylian Mbappé, que se tornou o primeiro jogador, desde o inglês Geoff Hurst, em 1966, a marcar três gols em uma decisão de Mundial. Acabou que o feito do atacante, artilheiro da competição com oito gols, não foi suficiente.
A América do Sul volta a ter uma seleção campeã após 20 anos. E em algum lugar do céu, Diego Armando Maradona, descansa em paz, está mais feliz do que nunca.