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Na gíria do futebol, jogador “mascarado” é aquele marrento, vaidoso, que poderia até render mais em campo se não fosse tão convencido de seu potencial. Durante a pandemia do novo coronavírus (covid-19), o adjetivo pode receber outra conotação. Anderson Talisca, meia-atacante formado no Bahia e que hoje defende o Guangzhou Evergrande, da China, lançou nesta segunda-feira (20/04) a campanha chamada “Mascarado do Bem”.

A ação é liderada pelo Esporte Clube Olímpia, fundado pelo próprio Talisca, em 2016. A Águia Baiana, como é conhecido o Olímpia, deu o pontapé inicial da campanha, com um aporte de R$ 5 mil  para doar 1500 máscaras de proteção a instituições filantrópicas e de caridade que tem público-alvo pessoas que fazem parte do grupo de risco da covid-19. O detalhe é que as máscaras são estampadas com os escudos do próprio Olímpia e também do Guangzhou Evergrande.

Só que Anderson Talisca e Olímpia não pararam por aí. Em seu perfil oficial do Instagram, o meia-atacante convocou jogadores, clubes, empresários e torcedores para a campanha de doação de máscaras. Qualquer pessoa pode participar acessando o site ‘Mascarado do Bem’.  As contribuições funcionam como uma “vaquinha” online e a cada R$ 10 mil arrecadados, o valor será sacado e utilizado para a compra de máscaras. O valor mínimo para doação é R$ 5 e a campanha vai durar 30 dias.

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O Diretor de Comunicação e Mercado do Olímpia, Jiovani Soeiro, explica a finalidade da ação.

“O objetivo é mobilizar clubes, principalmente atletas e empresários do mercado do futebol, a fazerem o mínimo pelo o que, geralmente, eles têm de retorno dos seus torcedores em tempos normais. A gente sabe que em dias normais o torcedor é quem compra camisa, quem lota o estádio, faz do jogador um ídolo, quem ajuda a movimentar toda a indústria do futebol no mundo inteiro. A gente entende que chegou o momento de os jogadores fazerem isso de maneira conjunta, intensa. O Anderson (Talisca), junto com a nossa equipe, visualizou esse cenário. O Olímpia doou R$ 5 mil e isso gerou a produção de 1500 máscaras. Pra gente é muito relevante porque, com certeza, a gente vai ajudar a salvar vidas. Se cada clube, cada atleta, cada empresário puder doar, independente da quantia, vai fazer uma diferença grande”

Será que chegou o momento de mudar a definição de jogador mascarado? Jiovani Soeiro responde.

“O termo mascarado geralmente é atribuído a algo ou alguém ruim. Mascarado, no futebol, pra quem não entende, é aquele cara que prende muito a bola, que é muito marrento. Quando alguém recebe esse adjetivo, geralmente não é algo legal. Hoje a gente vive uma rotina em que o mascarado, a máscara, é algo positivo. A gente fez essa analogia e, com certeza, vai pegar, vai cair na graça do apaixonado do futebol porque é muito comum o termo ser utilizado. A gente quer mostrar que hoje o mascarado é bom, é do bem”.

Apesar de ser atleta do Guangzhou Evergrande, da China, Talisca está de quarentena no Brasil. Nascido em Feira de Santana (BA), começou a carreira no Bahia, foi destaque no Benfica de Portugal e depois atuou pelo Besiktas, da Turquia. O jogador afirmou que todos os clubes por onde passou estão participando da campanha.

 

Edição: Cláudia Soares Rodrigues