O Comitê Disciplinar da Fifa abriu um processo disciplinar contra Luis Rubiales, presidente da federação espanhola, após o dirigente beijar a jogadora Jenni Hermoso durante a comemoração pelo título da Espanha na Copa do Mundo de futebol feminino, informou, nesta quinta-feira (24), a entidade que dirige o futebol mundial.
O incidente – que aconteceu enquanto Rubiales entregava às jogadoras as medalhas de ouro após trinfarem por 1 a 0 na decisão no último domingo (20) – gerou indignação dentro e fora da Espanha, com Hermoso dizendo que tais atos “nunca deveriam ficar impunes”.
“O Comitê Disciplinar da Fifa informou hoje a Luis Rubiales, presidente da Federação Espanhola de Futebol, que está abrindo um processo disciplinar contra ele com base nos eventos ocorridos durante a final da Copa do Mundo feminina”, diz o comunicado.
“Os eventos podem constituir violações do artigo 13, parágrafos 1 e 2, do Código Disciplinar da Fifa”.
O artigo 13 do código trata de “comportamento ofensivo” de jogadores e dirigentes, particularmente da “violação das regras básicas de conduta decente” e do “comportamento de uma forma que traga descrédito ao desporto”.
Rubiales, que inicialmente chamou seus críticos de “idiotas”, divulgou um pedido de desculpas em vídeo no final da última segunda-feira (21), mas não conseguiu conter o alvoroço.
A segunda vice-primeira-ministra em exercício da Espanha, Yolanda Díaz, pediu a renúncia de Rubiales porque “sem dúvida [ele] atacou uma mulher”.
A liga espanhola de futebol feminino, Liga F, defendeu a saída de Rubiales e disse ter apresentado uma queixa ao presidente do Conselho Superior do Desporto (CSD) pelas suas “ações e comportamento muito graves”.
Hermoso, que disse após a final não ter gostado do beijo de Rubiales, acrescentou na última quarta-feira (23) que o sindicato FUTPRO e sua agência TMJ estavam defendendo seus interesses sobre a questão.
“Estamos trabalhando para garantir que atos como o que vimos nunca fiquem impunes, que sejam sancionados e que sejam adotadas medidas exemplares para proteger as jogadoras de futebol de ações que acreditamos serem inaceitáveis”, afirmou ela.
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