Em setembro do ano passado, Luís Carlos Cardoso vivenciou duas importantes finais da classe KL1 da paracanoagem, para atletas que utilizam apenas os braços para remar, no intervalo de 16 dias. Tanto nos Jogos de Tóquio, no Japão, como no Mundial de Copenhague, na Dinamarca, o canoísta piauiense, de 37 anos, levou a medalha de prata superado pelo fenômeno húngaro Peter Kiss, de 18 anos. A diferença é que entre um torneio e outro, o brasileiro diminuiu o tempo de vantagem do rival em 75%. Segundo ele, a mudança de barco, pensando na Paralimpíada de Paris, na França, em 2024, teve papel importante na evolução.

Luís Carlos treina na Represa Billings, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, orientado pelo técnico Akos Angyal, húngaro como o rival do brasileiro. Aliás, o país europeu é referência na canoagem e o que mais conquistou medalhas olímpicas. Desde 2014, os atletas treinados por Akos fazem intercâmbios anuais com um clube da Hungria. Experiência valorizada pelo piauiense -que ficou paraplégico aos 25 anos, devido a um parasita que se alojou na medula.

A sul-mato-grossense Débora Benevides, terceira colocada no Mundial da Dinamarca, e o carioca Caio Ribeiro, bronze na Paralimpíada do Rio de Janeiro, treinam ao lado de Luís Carlos. Ele colocará o trabalho dos primeiros meses do ano à prova na Copa Brasil de paracanoagem, entre os dias 25 e 26 deste mês, em Campo Grande. O torneio servirá como seletiva para o Mundial de Halifax, no Canadá, em agosto, onde o piauiense buscará a sétima medalha de ouro.