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O ponteiro Thiago Alves, medalhista nos Jogos de Londres 20212, está de acordo com a decisão da Confereção Brasileira de Vôlei (CBV), anunciada esta semana, de cancelar a Superliga B de vôlei masculino – sem a conclusão dos palyoffs –  por conta da disseminação do novo coronavírus (Covid-19) pelo país. Com a resolução da CBV, os dois primeiros colocados da primeira fase – Vedacit/Guarulhos (líder) e Uberlândia/Start Química/Gabarito (MG) – se garantiram na elite do vôlei na próxima temporada. 

Atualmente no Vedacit/Guarulhos, Thiago Alves concorda com a decisão da CBV. “Ninguém sabe até onde esse vírus pode ir. Até agora as pessoas não têm noção da dimensão que ele pode tomar. Várias medidas estão sendo tomadas em todo Brasil para que a epidemia seja contida. Acho que a decisão foi correta. Somos seres humanos. E a saúde deve vir em primeiro lugar”.
O jogador gaúcho considera adequada e justa a proposta de manutenção da classificação atual para definir as equipes que subirão à primeira divisão do vôlei nacional. “Acho que foi extremamente justo. A nossa equipe e a de Lavras foram as únicas que fizeram oito jogos. Todas fizeram sete partidas na primeira fase e, antes da paralisação do torneio, a equipe de Guarulhos venceu da e Lavras, classificada em oitavo lugar na primeira fase, por 3 sets a 2, no dia 3 de março, na abertura dos playoffs finais. Todos os demais tiveram o mesmo tempo para mostrar o potencial. Então, foi correto e justo”.

Futuro

Depois da temporada de 2014, quando atuava no time Panasonic Panthers, no Japão, o atleta descobriu uma grave lesão no ombro direito. que dificultava a articulação. Mas, a necessidade da cirurgia só foi descoberta em 2018. “Muita coisa estava voltando ao normal, a ficar no “automático”. Então, com certeza, essa temporada foi o meu melhor momento. Estou agora com um ano e sete meses de recuperação. Eu vejo que a cada mês vou melhorando. Estava satisfeito demais com o meu desempenho dentro de quadra”.

Para os próximos dias, ele só quer uma coisa: descansar. “Ainda está muito cedo para uma definição sobre o meu destino na próxima temporada. Aproveitei a decisão tomada pela CBV nessa semana e voltei para casa. Digamos que entramos de férias trinta dias antes. E, com calma, vou acompanhar as notícias do mercado”.

O último clube do atacante, antes de atuar na grande São Paulo, havia sido o Blumenau (SC), em 2019. “Antes mesmo da operação, os médicos já haviam falado que o ombro só iria encontrar a “maturidade” dos seus músculos, tendões e articulações depois de um ano. E, quando eu estava lá em Blumenau, havia passado apenas sete meses e meio da cirurgia. Era muito recente. Mas eu precisava ir à quadra. Estava sem time, tinha que treinar com bola. Fiz algumas viagens e participei dos playoffs. Foi importante”.

Seleção Brasileira 

Entre equipes de base e seleções principais, Thiago Alves passou 11 anos com a camisa verde e amarela. Títulos não faltaram. Teve medalha olímpica, a prata em Londres (2012). Teve ouro na Liga Mundial, tres ouros na verdade – 2007, 2009 e 2010 -, entre outras conquistas. Questionado, ele escolhe a mais especial dessa lista: “Olimpíada foi o momento mais marcante, sim. Era a realização do meu sonho. Sempre quis participar de uma edição de Jogos Olímpicos ou de um Mundial. Aquela conquista em Londres foi demais. Mas é claro que as conquistas da Liga Mundial de 2009 e 2010 marcaram bastante. Mas acho que cada equipe marcou de uma maneira. Guardo com carinho todos os amigos. Tento matar as saudades lembrando daquelas histórias”.

Tóquio 2020 

Comandada pelo técnico Renan Dal Zotto, a seleção brasileira vai aos Jogos Olímpicos deste ano para buscar o tetracampeonato olímpico. E, se depender da torcida do gaúcho, a conquista virá. ” Em qualquer campeonato que o Brasil estiver, ele é favorito. Torço muito à distância. A seleção é muito forte. Não sei qual será a decisão do COI sobre os Jogos, mas, independentemente disso, o Brasil está forte. Temos, pelo menos, dois jogadores excepcionais em todas posições. Os ponteiros Lucarelli e Leal, os opostos Wallace e Alan. É normal existirem dúvidas e disputas sadias”, conclui.

Edição: Cláudia Soares Rodrigues