“Absurda”. É assim que o volante Douglas Luiz definiu a atual safra de jogadores da posição no futebol nacional. Titular do Aston Villa, vice-líder do Campeonato Inglês, o jogador de 22 anos é um dos expoentes dessa geração, que reúne nomes como Arthur (Juventus, da Itália), Gerson (Flamengo), Patrick de Paula (Palmeiras) e Bruno Guimarães (Lyon, da França). Este último, da mesma idade, também foi chamado à seleção brasileira para enfrentar Bolívia e Peru pelas eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, no Catar.
“Nossa geração de meio-campistas e volantes é muito boa, tem vários jogadores representando bem na Europa, como outros aqui no Brasil. O que tenho que fazer para o Tite continuar me convocando é o meu trabalho, poder dar o meu melhor, me esforçar”, avalia Douglas em entrevista coletiva por videoconferência, exibida pela CBF TV nesta terça-feira (6).
O discurso de Bruno Guimarães é semelhante: “O caminho é o mesmo de todo mundo que está aqui, que é jogar bem, aparecer, ajudar. Fico à vontade para exercer qualquer função no meio-campo e espero poder mostrar meu trabalho para que isso se torne frequente”.
Tanto Douglas como Bruno fazem parte de uma safra da atual seleção com passagem recente pelas divisões de base e (ou) olímpica da amarelinha. Geração que também tem o lateral Gabriel Menino (que atua como meio-campista no Palmeiras) e os atacantes Richarlyson (Everton, da Inglaterra), Matheus Cunha (Hertha Berlim, da Alemanha) e Rodrygo (Real Madrid, da Espanha).
Do grupo reunido na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), apenas o goleiro Santos (Athletico-PR), o zagueiro Felipe (Atlético de Madri, da Espanha) e os atacantes Everton (Benfica, de Portugal) e Roberto Firmino (Liverpool, da Inglaterra) não foram chamados para seleções de base. O lateral Renan Lodi até foi convocado para o pré-olímpico da Colômbia, disputado entre janeiro e fevereiro, mas não foi liberado pelo Atlético de Madrid. Já o goleiro Weverton (Palmeiras) foi titular na conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2016 (no Rio de Janeiro).
“O trabalho que a CBF [Confederação Brasileira de Futebol] tem feito, com o Tite e o [André] Jardine [técnico da seleção olímpica] é muito bom, que acompanha a evolução de cada um. O atleta vai na base, vê a dificuldade que é vestir a camisa da seleção, mas, por outro lado, já se acostuma a ela [quando chega à principal]. Então, é muito legal”, analisa Douglas, que em 2019 foi eleito melhor jogador do Torneio de Toulon, tradicional competição de base disputada na França.
“É a primeira convocação, então ajuda bastante [ter disputado o Pré-Olímpico], pois há outros jogadores que eu já conhecia, outros contra os quais joguei. Então, você se sente mais entrosado”, diz Bruno, que foi capitão da seleção na conquista do torneio de classificação para os Jogos de Tóquio (Japão). “Sou fominha, então, se puder, quero jogar as duas, a Olimpíada e a Copa América”, conclui o volante, em referência aos dois principais torneios da seleção no próximo ano.
Com os 23 jogadores convocados à disposição, Tite começará, enfim, a definir a equipe que enfrentará a Bolívia na próxima sexta-feira (9), às 21h30 (horário de Brasília), na Neo Química Arena, em São Paulo, pela primeira rodada das eliminatórias. O duelo seguinte, contra o Peru, será na próxima terça-feira (13), às 21h, em Lima, capital peruana.
Veja a íntegra da entrevista aqui: