Nesta quinta-feira, um trio de arbitragem exclusivamente feminino vai comandar, pela primeira vez, uma partida masculina, numa Copa do Mundo.
E tem brasileira neste trio. É a Catarinense Neuza Back, que junto com a mexicana Karen Diaz, vai dar assistência à juíza Stéphanie Frappart, na partida entre Costa Rica e Alemanha.
Essa é a primeira vez, em 92 anos de copa do mundo, que mulheres vão compor o grupo de arbitragem do campeonato.
Para a jornalista e comentarista esportiva Luciana Campos, a presença de mulheres na arbitragem nesta copa é um gol de placa, mas ainda existe muita jogada que precisa levar cartão vermelho “Nessa questão não só de ir pro Catar, que já é um local, culturalmente falando, inóspito pra mulher, quando você coloca pela primeira vez, num ambiente como na arbitragem, que já gera polêmica e discussão, você já imagina como isso vai ganhar uma grande proporção. E aí a gente vai ter que ter muito cuidado na hora das discussões pra não descambar praquele lado: ‘pô, mas é mulher, né?” que a gente sabe que isso acontece, infelizmente.”
Para Luciana, a racionalidade vai ser uma vantagem para as mulheres, na hora da bola em campo: “É um mundo extremamente masculino. Muitos homens ainda se assustam com o fato de eu saber falar de futebol. E o futebol como é uma paixão, mas a gente precisa ir além da paixão. Nós mulheres, no esporte, no futebol, a gente costuma ser muito mais racional. E isso é um contraponto, deixa a discussão bem mais interessante”.
Ao todo, seis mulheres foram escaladas para a equipe de arbitragem. As outras são Salima Mukansanga, de Ruanda, e Yoshimi Yamashita, do Japão, e Kathryn Nesbitt, dos Estados Unidos.
A representante brasileira tem currículo extenso. Neuza Back já arbitrou mais de 100 partidas do brasileirão, atuou nas Olimpíadas de 2016 e 2020, foi assistente na Copa do Mundo Feminina, em 2019, e participou do Mundial de Clubes masculino de 2020, no Catar.