Tenho visto a esquerda “esgotando-se em si mesma” e a direita se organizando. Temos Alírio como presidente do PTB, Fraga como presidente do DEM, Rosso como presidente do PSD, Roney Nemer como presidente do PP, Filippeli como presidente do PMDB e Izalci como presidente do PSDB, partidos com grandes bancadas federais e com muito tempo de TV para influenciar nas próximas eleições. Todos eles estão se organizando no tabuleiro político. E a esquerda? Quem são os presidentes de PSOL, PCdoB, PDT e PPS? A matéria abaixo traz uma ótima análise! (Aderivaldo Cadoso)

PARTIDOS-POLÍTICOS

Matéria do Jornal de Brasília refletindo sobre a organização da esquerda para 2018:

Presidentes regionais do PSOL, PCdoB, PDT e PT planejam fazer uma reunião para debater o posicionamento das legendas nas eleições de 2018. Na mesa de debate, o principal ponto é possibilidade de um programa de governo comum, capaz de unificar uma ampla chapa de esquerda majoritária em busca do Governo do Distrito Federal. A roda de conversa pode ampliar-se. Existe a chance de participação da Rede e do PV.

Neste ano, lideranças locais da esquerda começaram a debater 2018 bilateralmente, em almoços, jantares e encontros reservados. A tendência de aglutinação ganhou força nas últimas semanas, em função de uma série de episódios. O primeiro deles é o movimento dos partidos tidos como de direita ou conservadores para a construção de um “chapão” na corrida pelo Palácio do Buriti. O segundo foi o baixo desempenho da esquerda nas eleições municipais deste ano.

O primeiro sinal de uma possível aliança foi feito por Toninho do PSOL. Depois de quatro eleições candidatando-se a governador em chapa solitária, ele anunciou que não disputará o Buriti em 2018 e que o partido está aberto para discutir coligação mais ampla.

Do ponto de vista do presidente regional do PCdoB, Augusto Madeira, o cenário das próximas eleições está indefinido. Afinal a crise econômica, política e a Operação Lava Jato ainda deverão influenciar os humores dos eleitores e do mercado. “O mais importante é abrir os horizontes para conversas. A direita está na onda de todos juntos para voltar ao poder. Falam apenas de candidatos. Queremos falar de um programa e soluções para o DF. Incluindo não só setores partidários, mas também lideranças empresarias, acadêmicas e sociais”, comentou.

Segundo o presidente regional do PT, Roberto Policarpo, no momento a discussão está restrita ao cenário majoritário. Ou seja, à princípio, as articulações não passarão pelas disputas para deputados distritais e federais. “Não dá para falar das eleições proporcionais. Temos que esperar para ver se o Congresso votará a reforma política com cláusula de barreira partidos ou impedindo coligações proporcionais”, explicou.

Um fator complicador para a aliança será a eleição nacional. Afinal, os partidos concorrentes ao Palácio do Planalto buscarão palanques exclusivos em cada unidade da federação. O PDT trabalha o nome de Ciro Gomes, enquanto a Rede deverá voltar com Marina Silva. O PT não descarta uma candidatura, inclusive do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo com a sombra da Lava Jato sobre ele.

PSB acena com retomada de um diálogo

“Nossa grande dúvida e preocupação é com o PSB. Hoje, a unidade da esquerda deveria partir do governador Rodrigo Rollemberg. Mas não sabemos qual será a posição do PSB em 2018. Se a unidade da esquerda partir de outros partidos será pela ausência dele”, afirmou o presidente regional do PDT, Georges Michel. Entre os partidos de esquerda, é unânime o descontentamento com as posturas do governo do PSB.

Segundo Augusto Madeira, Rollemberg justificou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e sinalizou aprovação à PEC 241, que define um teto para os gastos públicos. “Essas posições vão contra a esquerda e dificultam qualquer dialogo”, afirmou. O decreto antigreve dos servidores públicos, derrubado pela Câmara Legislativa também pesa contra Rollemberg.

Do ponto de vista do secretário das Cidades e aliado de primeira hora de Rollemberg, Marcos Dantas, a gestão do PSB está entrando nos eixos e vai gerar resultados concretos nos próximos meses. Sobre a polêmica do impeachment, Dantas argumentou que o governador adotou uma postura de neutralidade, para evitar que o DF se tornasse palco de violência.

“A política é dinâmica. As coisas começarão a estar definidas para 2018 a partir do segundo semestre do ano que vem”, ponderou Dantas. O diretório regional do PSB deverá reunir-se hoje. De acordo com Dantas, o partido pretende participar, provocar e pautar novas reuniões da esquerda.

Fonte: Francisco Dutra – Jornal de Brasília
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