O empresário carioca Arthur Mário Pinheiro Machado, que atua em Brasília, é um dos alvos presos pela Polícia Federal, nesta quinta-feira (12/4), no âmbito da Operação Rizoma, um desdobramento da Lava Jato. A ação mira em crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção por meio de fraudes que geraram prejuízos aos fundos de pensão.
Machado possui várias empresas e holdings no país. Uma delas, a Educar Holding, adquiriu, em outubro de 2017, o Alub, conhecido grupo educacional do DF. O empresário assumiu também a presidência da instituição desde então.
De acordo com informações da força-tarefa da Lava Jato, o esquema gerou pelo menos R$ 20 milhões em propinas. Machado seria o cabeça e a prática, que vigora ao menos desde 2011, segundo o Ministério Público Federal, foi descoberta em colaboração premiada espontânea.
Os investigadores descobriram que o dinheiro gerado pelas ações criminosas do ex-governador Sérgio Cabral (MDB-RJ) – preso em 2016 – também teria movimentado o esquema. Os doleiros utilizados pelos dois grupos coincidem. Não há indício de que Cabral tenha sido beneficiado desta vez. O dinheiro foi lavado não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e na China.
Esquema
Segundo o procurador da República Eduardo El Hage, coordenador da Lava Jato no Rio, o esquema causou prejuízos não só aos pensionistas dos fundos, mas também à economia brasileira: “O que ocorreu no Brasil por muito tempo foi que partidos políticos indicaram pessoas para os fundos, e esses fundos escolhiam empresas com rating muito baixos, faziam aportes volumosos e depois havia cobrança de propina.”
As investigações apontam que valores oriundos dos fundos de pensão eram enviados para empresas no exterior gerenciadas por um operador financeiro brasileiro. Segundo as apurações, uma das empresas de Arthur teve uma movimentação suspeita de R$ 2,8 milhões. Patrícia Iriad, uma funcionária da empresa de Arthur Machado, também foi presa.
De acordo com a Polícia Federal, as remessas, apesar de aparentemente regulares, referiam-se a operações comerciais e de prestação de serviços inexistentes. Em seguida, os recursos eram pulverizados em contas de doleiros também no exterior, que disponibilizavam os valores em espécie no Brasil para suposto pagamento de propina.