A equipe econômica de Ibaneis Rocha (MDB) estuda uma configuração de aumento para os policiais civis que, de imediato, traz uma boa e uma má notícia à categoria.
A boa é que o percentual pode chegar a 45%, acima dos 37% prometidos pelo emedebista em campanha.
A má notícia é que a integralidade do reajuste só viria ao término da gestão, em 2022.
O governador tem as contas na ponta da língua. Em contexto de austeridade e com orçamento do ano definido por seu antecessor, Ibaneis calcula ter fôlego para conceder aos policiais civis até o fim do ano percentual de 5%. Outros 10% seriam pagos em 2020 e nos dois últimos anos de gestão seriam concedidos 30% de melhoria salarial – sendo 15% em 2021 e 15% em 2022.
“Estamos analisando a melhor configuração possível dentro das condições orçamentárias. Em caso de aporte do governo federal, adiantaremos a programação”, disse o governador à coluna.
Essa proposta de reajuste ainda não foi apresentada para as categorias que aguardam uma sinalização do GDF.
O governo pretende anunciar publicamente a composição do reajuste para a Polícia Civil quando houver um cronograma definido de pagamento para as outras categorias, como saúde e educação. A leitura é que um anúncio feito para atender apenas uma corporação poderia inflamar as demais áreas.
Também está em discussão um caminho para contemplar os policiais militares. Uma das saídas discutidas é a revisão de benefícios da carreira.
O reajuste aos policiais civis é considerado um tema bastante espinhoso no governo. Foi justamente essa pauta que azedou a relação entre o ex-governador Rodrigo Rollemberg e a categoria, jogando no colo de Ibaneis milhares de servidores descontentes e dispostos a lutar por seus objetivos. O apoiamento da corporação altamente politizada e mobilizada foi importante para garantir a vitória ao emedebista.
Mas agora os policiais cobram, já com certa ansiedade, a parte que lhes cabe neste acordo de campanha. Muito provavelmente não vão se contentar com um aumento a se perder de vista, mesmo que o percentual venha turbinado.
Fonte: Portal Metrópoles