O Hospital das Forças Armadas (HFA) está adotando medidas para identificar casos suspeitos de coronavírus, doença que vem causando milhares de mortes no mundo. As medidas incluem inteligência artificial e uso de câmeras termais.
Os pacientes e acompanhantes que forem ao Pronto Atendimento Médico (PAM) ou ao prédio principal do HFA passam, automaticamente, por uma inspeção capaz de detectar, de forma imediata, a temperatura corporal. Caso ela esteja acima de 37,8º, os pontos mais quentes são destacados no visor do equipamento e um sinal sonoro é emitido.
O Contra-Almirante Nestor, médico e Diretor Técnico de Saúde do HFA, explica que a missão do HFA é proteger vidas, seja do paciente, do servidor ou do acompanhante. Pessoas que diariamente circulam pelo HFA podem ter febre. “A febre é o sintoma mais comum da COVID-19, presente em 88% dos casos. Por isso, se identificarmos alguém com temperatura elevada, essa pessoa será encaminhada para exame clínico e laboratorial”, afirmou o Contra-Almirante.
Um outro sistema que está sendo implantado no HFA é a plataforma “Laura”, que usa Inteligência Artificial. Conta com mais de 263 processadores e sistemas autônomos trabalhando em tempo real para identificar, antecipadamente, os pacientes em risco ou em circunstâncias de eminente infecção generalizada. A “Laura” lê os dados vitais dos pacientes e emite alertas para a equipe assistencial a cada 3,8 segundos, com o objetivo de sinalizar o risco de deterioração clínica.
Para o General de Divisão Rui Yutaka Matsuda, Comandante Logístico do HFA, o sistema será capaz de gerenciar dados da rotina hospitalar que melhorará a capacidade preditiva, para que os pacientes mais críticos sejam atendidos com prioridade e recebam o tratamento adequado o quanto antes.
Jacson Fressatto, analista de sistemas e criador da “Laura”, disse que, desde o início da crise do coronavírus, a sua equipe reuniu-se com profissionais de saúde para discutir como a inteligência artificial poderia ajudar.
“Estamos utilizando a tecnologia como grande fator de evolução para a melhoria do atendimento básico. Adequamos o sistema para diminuir o número de pessoas circulando nas unidades de Pronto Atendimento, por motivo de dúvida ou medo coletivo. A robô está pronta para responder dúvidas, coletar informações pertinentes ao comportamento das pessoas, diferenciar os casos críticos e encaminhá-los para o setor responsável”, comenta Fressatto.
Conforme o Capitão de Fragata Hemerson Luz, médico no HFA, o objetivo não é substituir os profissionais de saúde no processo de análise e elaboração de laudos, e sim conferir maior precisão e agilidade ao tratamento. “Todo desenvolvimento tecnológico será usado em benefício dos pacientes e dos profissionais da saúde”, afirma Hemerson.