Há exatos quatorze anos eu ingressava na PMDF, um jovem, um menino, de apenas 22 anos. Entrava no CFAP, na caserna, em um novo mundo. Tive que aprender uma nova língua, uma nova forma de andar, no início não foi fácil. No pátio era sempre correndo, diante de vários gritos: “Aluno é correndo!”. O “SGT Lima” meu grande mestre!

Meus filhos pequenos, um com dois anos e meio (Gabriel) e uma com quatro meses (Giuliana), uma casa apertada, um fusca velho, o dinheiro curto, pouco tempo para dormir. A PMDF mudou minha vida. Deu-me identidade, dignidade, maturidade.

Um curso cheio de alegrias, Adevibraldo era meu apelido. Marchava com entusiasmo, sem muita rebeldia, com o peito cheio de alegria. Lá fiz vários amigos, companheiros de grandes jornadas. Aprendi que o que nos diferencia do bandido é a nossa conduta, a nossa farda, que o pior bandido é o bandido fardado, pois é o que mais nos  coloca em risco.

Aqui vi amigos partir, chorei, sofri, sorri. A partida de dois deles até me hoje faz chorar: minha amiga Karina e meu amigo Walkenis sempre vão me acompanhar.  Do Terceiro Batalhão tenho grandes lembranças, mas o Proerd é minha grande paixão, fui do Águia, da DP, Força Nacional e do CTEsp. Fui aluno, professor, instrutor…

Por incrível que pareça o dia mais triste da minha vida até hoje foi o dia que me senti mais acolhido nesta corporação. Ver amigos ao meu lado, me dando um abraço, uma palavra, um carinho, foi a maior prova de espírito de corpo que vi. Não tenho palavras para descrever tudo que sinto…

Agradeço a Deus pela oportunidade de entrar nesta corporação. Aqui me tornei respeitado, aqui aprendi a respeitar. Amo minha profissão, amo meus amigos, amo as lembranças desse lugar.

Parabéns a todos os 23 e 24 mil, irmãos de curso, irmãos de farda, companheiros, pois foram aqueles que um dia eu dividi o pão! Obrigado por tudo!

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