O serviço de guarda nos quartéis do Distrito Federal é considerado um serviço “tranquilo”. Muitos policiais se adaptam às circunstâncias e com o tempo a zona de conforto vai aumentando. É normal acreditar que nada de ruim irá acontecer ainda mais em cidades tranquilas como no DF. Poucos quartéis possuem armas, o que diminui a probabilidade de uma invasão.
Imagine você de serviço de guarda em um Batalhão da Polícia Militar e de repente um homem nu pula o muro, gritando palavras de cunho religioso e entra em luta corporal com seu colega de farda. O que faria com sentinela?
Foi isso que aconteceu em Taguatinga, cidade do DF. Um homem nu tentou invadir o Centro de Altos Estudos e Aperfeiçoamento (CAEP) da Polícia Militar e acabou morto por volta das 21h, da última quinta-feira (23/11).
O fato gerou polêmicas nas redes sociais. Muitas defendiam a ação dos policiais, mas muitos criticaram por serem dois policiais contra um homem nu desarmado. De acordo com a PM, mesmo diante das advertências, o suspeito não soltou a arma do policial e entrou em luta corporal com os dois sentinelas. A Corporação afirma que ele não se rendeu nem mesmo depois do uso da tonfa, do gás de pimenta e de ser atingido com um tiro no ombro. Somente ser alvejado por outro disparo ele cessou a ação e faleceu no local. Não se sabe quem é o falecido.
O caso é investigado pela 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro). O sargento da PM que efetuou o disparo se apresentou à DP espontaneamente e relatou que “foi forçado a alvejar o invasor”. A arma de fogo e espargidor de gás de pimenta foram apresentados e encaminhados ao Instituto de Criminalística para perícia.
Segundo a PMDF os policiais militares envolvidos na morte do homem passarão por uma avaliação psicológica. Se necessário, eles serão afastados do serviço policial. A Corregedoria também deve apurar o caso, por envolver policiais.


Sobre a sentinela:
Art. 266. À sentinela é, por todos os títulos, respeitável e inviolável, sendo, por lei, punido com severidade quem atentar contra a sua autoridade; por isso e pela responsabilidade que lhe incumbe, o soldado investido de tão nobre função deve portar-se com zêlo, serenidade e energia, próprias à autoridade que lhe foi atribuída.

 Parágrafo único. Em qualquer situação a sentinela deve ter sua arma carregada e travada, a fim de poder defender-se e agir pela fôrça.