Na última semana, estudantes do Distrito Federal aguardavam ansiosos o resultado do Programa de Avaliação Seriada da Universidade de Brasília (PAS-UnB). Trata-se de um processo seletivo que visa o ingresso nos cursos de graduação presenciais da UnB, realizado ao longo dos três anos do ensino médio regular. Ao todo, quase dois mil estudantes foram convocados para o início das aulas no 1° semestre de 2020.
O Centro de Ensino Médio (CEM) 02 de Ceilândia, por exemplo, levou 35 alunos à Universidade de Brasília e, de acordo com o diretor da escola, Eliel de Aquino, este número deverá aumentar com a divulgação do resultado da 2° chamada.
“Estamos aguardando os próximos resultados para fazermos um levantamento completo e contabilizar também aqueles que passaram para instituições particulares. Para mim, esse resultado significa, sobretudo, que estamos no caminho certo. Queremos aprimorar ainda mais o nosso trabalho, com foco em resultados mais arrojados e aumentar o número de vagas preenchidas pelos nossos alunos”, explicou Eliel de Aquino.
Ainda de acordo com diretor Eliel, o resultado alcançado só foi possível graças ao trabalho em equipe realizado pelos profissionais que atuam na unidade escolar. Durante todo ano letivo, a escola conta com diversos projetos focados nesse objetivo como, aulas preparatórias para o PAS, Projeto Sarau, Festival de Curtas, além de envolver os alunos com as obras do PAS, simulados e muito mais.
“Nossa metodologia dá aos estudantes a oportunidade de vivenciarem situações mais próximas possíveis do que eles encontrarão no vestibular, mais especificamente, o PAS, isso dá um suporte aos que fazem a prova. Também procuramos envolver todos em uma atmosfera que permita desmistificar as dificuldades das provas e isso tudo tem gerado bons frutos”, esclarece.
Ao longo dos anos, o Centro de Ensino Médio 02 de Ceilândia tem apresentado um número significativos de aprovação, tanto para a UnB quanto para as demais universidades particulares. Nos últimos três anos, mais de 100 alunos da escola ingressaram na UnB.
Para a professora de Sociologia, Regina Cotrim, a Escola Pública conta com ótimos profissionais, mas ainda há um longo caminho a percorrer rumo à valorização. Para ela, é fundamental o investimento constante em capacitação, busca por melhores salários, bem como a luta contra a desigualdade.
“Tem sido uma felicidade muito grande ver nossos estudantes entrando na UnB. Desde 2015, um número expressivo de estudantes da nossa escola tem conquistado vagas na UnB e em outras instituições públicas como, na ESCS (Escola Superior de Ciências da Saúde) e no IFB (Instituto Federal de Brasília). Como professora, sinto-me realizada e motivada para continuar trabalhando com mais afinco. Trabalho em uma escola onde tenho muitos colegas comprometidos com a escola pública e isso é muito gratificante. Apesar de todas as dificuldades, nossos estudantes estão firmes e fortes na UnB e demais instituições”, concluiu Regina.
Depois da aprovação, a festa
O estudante Thasso Veras, de 18 anos, conta que quando viu seu nome na lista de aprovados não acreditou. A alegria que tomou conta do futuro enfermeiro, irradiou amigos e familiares que, prontamente, prometeram apoiá-lo nessa nova etapa.
“Escolhi enfermagem porque sempre me identifiquei com a área. Me fascina o trabalho feito pelos profissionais da saúde. Sonho poder ajudar as pessoas quando elas mais precisarem. Sei que será um desafio conciliar os estudos com a vida pessoal, mas vou me esforçar muito para ser o melhor profissional. O dia em que vi meu resultado ficará marcado para sempre em minha memória”, afirmou.
Já para Eduarda Araújo, de 17 anos, aprovada para o curso de Jornalismo, a emoção de ser a primeira de sua família a ingressar com mérito no Ensino Superior é imensurável. Ela afirma que o misto de sentimentos que está sentindo pode ser resumido em duas palavras: valeu a pena.
Comunicativa e espontânea, Eduarda conta que apesar do cenário conturbado que o meio jornalístico brasileiro enfrenta, escolher o jornalismo foi uma decisão certeira. O que a motivou, sem dúvidas, foi a paixão pela área.
“Mais que profissão, vejo a carreira que escolhi como uma missão. Sei que posso ser e fazer a diferença. Amo trabalhar com pessoas e quero poder contar histórias. A UnB sempre foi meu sonho e eu vou segui-lo mesmo que para isso seja necessário abrir mão de algumas coisas”, concluiu.
Informações do Site Diário da Ceilândia